Virgem de La Consolación - Venezuela |
A vida de quem ama é como este sopro elevado ao enlevo
A vida de quem amo é a raiz primeira deste sopro
Como todo sopro que se preze, não tem origem nem fim
Chega pairando sobre o caos, como uma brisa leve, porém em chamas
Do sopro e da chama se esculpe o tempo
Mas o tempo, o sopro e a chama seriam insossos se não trouxessem o
sal de sorriso
Que brota do olhar sério daquele cuja vida celebramos
A gente finge que está olhando o aniversariante apagar a vela, mas o
que se celebra é a luz que
Se acende em seu olhar: daí vem a potência que nos leva a cantar
Parabéns.
Todas as figuras têm momentos de embriaguez, arestas a ser aparadas
O círculo não. É sempre sóbrio, lapidado. Não tem esquinas, nem
dilemas...
Nem por isso escapa de trazer em seu patrimônio genético
A quem conhecemos sem nos ter sido apresentado
A quem fomos apresentados e não conhecemos
E, mesmo assim, não deixamos de ansiar pelo infinito.
Celebrar a vida é acolher em quem se ama
O infinito que nos foi e que não nos foi apresentado,
Que conhecemos e que desconhecemos
É acolher as figuras da alma vivente quando sóbrias, lapidadas,
Quando embriagadas, com suas arestas
O livro de onde vem essa lição de geometria se chama “Te desejo
a paz”
A sala de aula onde se aprende essa lição se chama “Com meu
abraço sincero”
E a escola tem por nome “Feliz aniversário”.
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