29 de setembro de 2016

Poema ao Homem de ferro

Homem de ferro de cera
Foto: Cláudio Eufrausino


Na antevéspera de um momento de luta decisivo,
Você continua faltando
E o pior é que um comboio de idiotas que vieram hoje
Ficam achando que meu olhar é pra eles
Que minha minha melhor chatice é pra eles
E, pior ainda, que as insinuações de minha poesia são pra eles
Mas, você sabe que você é o você a quem o eu da minha poesia se dirige
Você não esteve presente hoje
Mas o presente esteve você o tempo todo

A falta não é ausência
É o retorno que não cumpriu sua promessa de comparecer
Até tua falta faz falta
Só você conhece o código secreto das infrações que cometo

E está liberado para se permitir me dar beijos com sabor de bolo Souza Leão

Mesmo não estando nem aqui
Você me salvaria, se fosse impreciso?
Me liberaria do guincho, se tentassem me remover
do teu coração movido a bateria?

Não sou de ferro, por isso minha inspiração não consegue resistir ao teu sorriso
E deságua poesia
Sincera a ponto de fazer outros acharem que meu rio corre para eles
Mas, não faz mal: achar não é pecado,
Porque minha poesia não é para um você qualquer
É para um você você

Devo ter cuidado porque a reincidência nesta infração
Pode casçar meu direito de ser poeta
Seria uma pena...

21 de setembro de 2016

Teoria do mal-entendido


Vovô quando era jovem porque lindo ele sempre foi


No poema anterior, afirmei que uma determinada pessoa era linda como meu avô

Recebi mensagens dizendo que minha cantada tinha saído desafinada
"Quando se fala em avô, logo se pensa numa figura encurvada, enrugada e cansada de guerra"

Na verdade o eu-lírico pensou no meu avô jovem. E ele era lindo e continuou lindo até os 80 anos quando partiu

Mas, o importante na poesia não é o fato em si, mas a comparação. Ao comparar você com meu avô, uma memória tão viva e cara para mim, quis falar do que há de mais puro, do núcleo da chama, onde o respeito tem poder de derreter qualquer muralha de gelo

Jamais te desrespeitaria. Muito menos na poesia, onde o perigo de não amar inexiste. Nem chamaria uma de minhas memória mais queridas para jantar na mesa do sarcasmo

Este desabafo é um prefácio para a teoria do mal-entendido

O mal-entendido surge quando há um desencontro entre as memórias de duas ou mais pessoas ou o choque entre uma memória e um preconceito.

Se uma conversa ou um texto traduz uma memória e o leitor filtra a tradução com uma memória sintonizada numa estação oposta, ocorre o mal-entendido

Por isso, não raro um texto escrito na língua do bom sentimento é filtrado por medos, dúvidas e inseguranças, gerando mal-entendidos

Você é lindo, meu avô era lindo e agora você sabe que dizer que você é lindo é uma maneira de ter a chance de falar da minha afeição por todas as lindas pessoas que deixam suas pegadas no meu caminhar

Na poesia, as palavras são como um Big Bang ao contrário. A palavra amor, por exemplo, sai remando contra a maré do cosmos, juntando fagulhas de estrelas de diferentes constelações. Esse quadro cubista, composto de fagulhas díspares é que se chama metáfora: fagulhas que, um dia, quem sabe, chegarão na hora certa ao encontro marcado com a origem do universo.

Assim, o amor que aparece num poema escrito por mim terá fagulhas de diferentes coisas, situações e pessoas que amo, sem necessariamente se referir a nenhuma delas em particular

Mas, concluindo, quero que chegue a ti este ramalhete de versos, com meu amor cheio de vestígios de constelações: sempre com respeito e sem sarcasmo porque na palavra sarcasmo só cabe o Eu asmo e jamais o Eu amo.


20 de setembro de 2016

Poesia mnemônica

Fonte da foto: Diário da Região

Pendurei minha leveza nesses versos
Quando ouço algum insulto, meu pensamento começa a rascunhar poesia pra ti
E a ofensa foge assustada diante dessa luz
Teu rosto belo, como o do meu avô, tem adubado uma flor que renasce
No mínimo três vezes por semana

Perceber que te importas comigo é um suspiro que o vento imita
Para virar as páginas ruins e me ajudar a reescrever minha história
É contigo que treino minha melhor arte de luta
E te ver ensinando doçura aos outros me enche de orgulho
Tu não memorizaste ainda os nomes técnicos,
Mas talvez poucos conheçam melhor os sobrenomes delas: paciência, generosidade,
Honradez

O convite para conheceres meu novo eu continua de pé
Podemos nos encontrar ao som de um bom vinho
Acho que os nomes dos golpes ficam melhor de ser memorizados
Quando sussurrados ao pé do ouvido: o que achas?


19 de setembro de 2016

Pra que o silêncio não seja resposta


Foto: Karla Vidal

O silêncio não é resposta
Na Grécia, o coral assistia em silêncio ao desenrolar do espetáculo,
Preparando-se para assumir uma posição diante dos acontecimentos
O silêncio não é indiferente nem mesmo à farsa, quem dirá à tragédia ou à comédia

Na música, o silêncio também não é resposta
É pausa dramática
No cinema, é a costura do suspense
E na leitura, a massagem do pensamento
Mas, o silêncio nunca é mensagem

Não fique em silêncio diante do que escrevo pra ti
Porque te amo
Além disso, o silêncio destoa da tua gentileza
E não acompanha o compasso do teu coração generoso

E se tua resposta precisar me desgostar
Que o desgosto seja o ensaio de uma forma disfarçada de usares o verbo gostar
No futuro (imediato)

Se o silêncio é sintoma de tua timidez
Quando elogio tua beleza
Prometo te elogiar baixinho
Pra evitar o risco de avalanche

Se o teu silêncio é revanche contra o meu
Saiba que fico em silêncio ou pra te poupar da minha intensidade
Ou de susto ao te ver sendo projetado sobre superfícies de prata refletoras
Só até lembrar como xingar quem te arremessou
E você também, por ser irresponsável
Silencio também quando fico com ciúme ao ouvir falar que tua atenção é dedicada a outra
Sem que sobre ao menos 69% pra mim
Mas, entenda: ser indiferente a ti não é possível
Porque não posso, não quero e não sei

Permita-me ser capaz de amar em silêncio
De conversar contigo daqui dessas paragens
Até que esse sol esfrie dentro de mim
Ou até o chamares para fazer parte de tua galáxia
Mas, por gentileza, não me responda com silêncios
A menos que o silêncio seja a evolução do inexprimível
Estacionado em fila tripla ao lado de nossos corpos envolvidos

Não bebo, mas estou disposto a beber contigo
Uma dose de desculpa para ficar te olhando adormecer,
Enquanto requinto o sol dentro de mim







16 de setembro de 2016

O desabafo do rio


Fonte da imagem: Gazeta Web


O rio não desiste de correr para o mar para ir atrás de quem quer que seja
Mas, podes pegar um busão e ir atrás dele,
Que, para te rever, é capaz de correr em câmera lenta

Quem sabe, dependendo da tua cantada, ele tope ir descansar no teu leito
E matar a sede nos teus lábios
Ele se ri quando o teu estar vivo aparece diante de seus olhos d’água
Mas, chora quando finges que ele importa menos que um deserto

O rio se encantou por tuas margens tímidas, pela tua sedutora reticência
E quer ensinar tua pele a ser paixão, a experimentar uma correnteza que
Em vez de afogar, prefere perder o fôlego no teu beijo

O rio quer ser o risco de ser amado em segredo por ti
Desde que esse segredo tenha brechas para ir ao cinema
Onde o rio é o filme, o leito a tela e o mar os corações que assistem

O rio sorriu ao te ver dormindo e acordando por uma janela indiscreta
Aberta pelo sonho na repressa da realidade

Tua mão faria a gentileza de se enrioscar com a minha?

Cuidado com os espelhos da vida, 
Mas dos espelhos d'água deste rio não é preciso ter medo
Porque o rio finge que é sério para que não transpareçam as entrelinhas
Que falam de admiração e da ternura

Qual a infração cometida por um rio que, para visitar um tímido navegante,
está disposto a fluir na contramão?




15 de setembro de 2016

Teoria da reciprocidade


Fonte da imagem: Jornal Psicologia em foco



O sol não pode responder meu Bom Dia
Mas compensa sua mudez nascendo todos os dias
A luz é sua metáfora
E a metáfora é uma estátua de beleza cujo oleiro é a reinvenção

Visto o melhor amor que achei no guarda-sol
E em reciprocidade ganho tua vontade de se proteger
Só não consigo entender porque espero que tu faças como o sol
E cries algum código secreto para responder aos meus carinhos
Feitos para que só você os perceba

Bato tua porta com versos
E espero que tu abras em reciprocidade teu coração
Deposito um Boa noite na conta do vento
E espero que tua resposta seja um Boa noite
Disfarçado de bater cardíaco que minha ouça roubará do teu peito
Numa noite em que teu abraço se convidará a conhecer meu jeito de dormir

Fico pensando se o vento na minha varanda é uma metáfora
Da tua chegada inesperada
Pronto para me ensinar tuas metáforas do cair, do se reerguer e do fazer amor...










13 de setembro de 2016

Um poema exigente

Foto: Karla Vidal


Até meu não ter escolha te escolheu
Não fique sério demais porque quando passo um rabo de olho
E te vejo sorrindo, entendo que mesmo não sendo como gostaria que fosse
Teu ser feliz é mais do que poderia desejar

Mas, vou ali e aqui conquistar a mim mesmo
E quem me quiser será preciso estar disposto
A dividir o maai com o eu conquistador-de-mim

Vou brincar de seguir em paz
E de esperar que tua formalidade encontre uma deixa para partir
Porque te ter fazendo parte do mundo com pureza e despretensão
É transformar cada vírgula num interruptor que acende a gravidez de uma estrela
Dando à luz o direito de se dar

Exijo que sejas feliz e livre
E que a vida te faça feliz
E que eu esteja por aqui
Quando for preciso


E impreciso

PS.: Queria citar Hernri Caffarel: "O amor sem exigência diminui. A exigência sem amor revolta. O amor exigente engrandece". 

Mas não importa que Caffarel esteja certo. O que importa é que és importante e nenhuma expectativa ou frustração é capaz de traduzir a importância que és.

8 de setembro de 2016

O estupro da intimidade


Pintura: Georges Malkine



Existe no coração de algumas várias pessoas o desejo de brutalizar o amor alheio
Incapazes de compreender o tempo e o espaço alheios, regozijam-se
Ao expor a intimidade alheia em praça pública
E, nessas bocas recheadas de calúnia dentada,
Os outros deixam de ser indivíduos e são metonímica e farsantemente
Reduzidos a genitálias ambulantes
“Fulano é um dador de cu, Fulana é uma boceta afolosada”
Ou então reduzidos a cansados clichês
“Ciclana é uma sapatona, ciclano é algum animal silvestre...”

O estupro da intimidade não é crime previsto no Código Penal: ainda...
Mas, quem é acostumado a praticá-lo não se deu conta de que já está preso
E jogou a chave fora
É uma pena seguir, indo de lá pra cá, desfilando sua prisão perpétua:
A incapacidade de respeitar a arquitetura do amor alheio
De Rir do que realmente é engraçado
Sem precisar tingir o outro com tons de hipérbole, mau-gosto e desespero
A fim de trazer surpresa à inércia e sabor ao tédio

Tantos idiotas ainda não perceberam
Que o verdadeiro enrustido é quem precisa lançar na cara da sociedade
Os suores, os humores, os sêmens, os gritos, os sussurros, as caretas, os prazeres e segredos
Brotados no jardim das alcovas
  
Não preciso citar Gilberto Freyre para prever que, em breve,
Chegará o tempo em que o recalque será descascado
E falar do amor dos outros voltará a ser deixa para a gentileza e a poesia
Os corpos, templos do Espírito, não terão sua nudez deturpada
Pela opinião desocupada de quem parece ter esquecido como é morar em si mesmo

O estupro da intimidade se tornará algo repudiável
Assim que for descoberto que a nudez sempre foi a mais linda veste

E aí, então, muitos beijos terão coragem de ser dados
Muitas mãos terão licença para se dar

Muitos segredos poderão tomar banho de sol na praia do sossego

7 de setembro de 2016

Um pretexto para falar de Marcuschi

Encarte de DVD pertencente à Coleção Luiz Antônio Marcuschi
Fonte: Blog da Pipa Comunicação


Não sei bem, mas acho que foi um teórico chamado Peter Sloterdjik que definiu a citação como um “encontro entre amigos que talvez jamais se conhecerão”.

Pois bem, não estreitei laços com Luiz Antônio Marcuschi, tendo falado com ele tão-somente uma ou duas vezes quando era calouro da Universidade Federal de Pernambuco: aliás, foi a primeira vez que vi um Apud em carne e osso. Mas, nos textos e nas citações, nossa amizade revela-se algo profundo.

Tive o desprazer de conviver com alguns acadêmicos que se utilizaram da “grife” Marcuschi para se autopromoverem. Afinal, ser discípulo de um pensador renomado como ele abre portas, coisa que para certa raça de incompetentes, incapazes sequer do esforço de girar uma maçaneta, é indispensável.

E, enquanto o pensador convalescia, após um acidente vascular, seu nome continuava vagando em trabalhos acadêmicos, muitos deles herdeiros de uma época em que Autoridade era sinônimo de argumento, lá no distante Feudalismo, tão vivo ainda na inconclusa síntese dialética que caracteriza a história brasileira.  Será que Marcuschi acharia razão para Temer diante da onda dialética atual, que beija as margens da democracia e lambe a orla da ditadura?

Marcuschi, homem de luzes, discípulo de Copérnico e de Galileu (numa versão mais destemida), desafiou o monopólio inerte da Morfologia e da Sintaxe, introduzindo nas veias da Linguística o vírus do dinamismo interdisciplinar. Convidou para celebrar a vida da linguagem autores como Althusser, Bakhtin, Pêcheux, Chomsky, detre outros: sempre contando com o apoio de amigos como Ingedore Koch.

Só sei que minha visão sobre a língua e a comunicação transformou-se por completo em contato com as ideias de Marcuschi, para quem a Internet e as tecnologias eram algo além de artefatos: eram gêneros linguísticos e, por sua vez, os gêneros eram mais do que categorias classificadoras: eram o vital questionamento das classificações ou o tenso diálogo entre classificação e contradição, tão característico da vida.

Como não associar esta linha de pensamento com o atual momento cravado de diálogos sociais que expõem a tensão entre as classificações e o questionamento de estereótipos e hierarquias, particularmente no que diz respeito a temas-tabu como sexualidade e gênero (fronteiras entre masculinidade e feminilidade).

Presenciando o viço do pensamento de Marcuschi não consigo deixar de me assustar ao ver jovens com menos de 30 anos partidários de classificações sociais toscas, que buscam, desesperadamente evitar a inevitável derrocada de crenças irrefletidas como a de que uma pessoa pode ser definida pela idade com que se casou, a cor da roupa que veste ou a música que ouve.

Que possamos nos encontrar nas citações da estrada, citações à moda de Walter Benjamin: capazes de arrancar a origem do pobre e mesquinho começo e transformá-la em erupção, desestabilizando a linha do tempo em seus diferentes pontos, as certezas fúnebres, que os argumentos de autoridade costumam transportar em seu féretro.

Não posso desejar que Marcuschi descanse em paz porque acho que o que ele menos gostava de fazer era descansar e sua paz, a julgar por suas reflexões, era o que Padre Zezinho denomina Paz Inquieta.

Por isso, desejo que o desejo continue a te guiar e surpreender nas paragens aí onde os pretextos perdem a razão de ser.

Dedico este texto (pretexto?) a uma pessoa de sobrenome Tell, cuja companhia no caminho de volta é um tesouro que quero voltar a ter.

4 de setembro de 2016

Lições de Aikido na refilmagem de Ben-Hur



No remake de Ben-Hur, a sequência de cenas em que ele se torna escravo, sendo obrigado ao trabalho forçado nas embarcações de guerra da Roma Antiga, permanece um dos pontos máximos da película. 

O personagem-título pode ser encarado como um praticante de Aikidô avant la lettre,  ao fazer do gesto de remar nas galés uma expressão do Funakogi Undo, um dos movimentos básicos desta arte marcial japonesa. onde mais forte do que a força é a postura correta.

Trazendo a intenção de movimento para o centro de gravidade, e concentrando a energia no quadril, é possível gerar deslocamento com mais eficácia e menos impacto. Isso é meio difícil de entender porque, via de regra, nossa cultura traduz a força como o ato de forçar algo ou alguém a se mover. E, assim, nos acostumamos a encarar os braços e as mãos como principal ferramenta e força motriz.

Porém, uma observação mais acurada revela que a geração do movimento se dá quando as forças disponíveis são canalizadas para um centro (foco) e tecnicamente direcionadas: invenções como a roda e a alavanca não me deixam mentir. 

O Aikido procura na interação entre os corpos o foco e o direcionamento técnico da força. O foco é alguma zona intermediária entre meu corpo e o do parceiro, que deixa de ser encarado como adversário.

Outro momento decisivo de Ben-Hur é a clássica corrida das bigas, onde o personagem coloca em prática outro princípio decisivo do Aikido: a arte de desviar. 

Na Roma Antiga, os corredores procuravam destruir a biga do adversário, a fim de retirá-lo do páreo. Ben-Hur, contrariamente, procura espaços em que possa se infiltrar ou fazer dele mesmo uma espaço, ao desviar da investida do adversário. E assim, a força desferida contra ele quando não o encontrar acaba se voltando contra quem aplicou a força. 

Mas isso fica melhor de entender pra quem assistir ao remake.

Fiquei tão feliz por você
Mas tive receio de demonstrar
E ter a felicidade usada contra mim
Assim como a poesia é usada contra
Quem torna o raciocínio escravo da liberdade

Depois de aprender teu sobrenome, o cinema se convidou
A nos assistir juntos
E dar uma pausa na cena da corrida de bigas de Ben-Hur

É errado pensar que a esperança continua calçando nosso número?
Que o texto acima poderia ter sido escrito a duas mentes, quatro mãos e duas respirações que se entrecruzassem à luz de quatro olhos semi-cerrados?

Posso continuar te chamando de Tell
Enquanto devolvo teu nome ao abraço que o sonho faz de refém?

O filme pediu emprestado nossas mãos dadas
Isto significa que precisamos ensaiar
Talvez você possa me ensinar a dançar no ritmo do segredo

Reconhecido internacionalmente por Wanted (2008) e responsável pelo filme de maior sucesso na história cinematográfica russa, Night Watch (2004), Timur Bekmambetov, diretor do remake de Ben-Hur, parece ser fascinado por efeitos especiais, por histórias de tom épico e por adaptações (Wanted é uma adaptação dos quadrinhos e Ben-Hur uma refilmagem).

Nesta nova versão, Ben-Hur diminuiu pela metade o tempo de duração do original (3,7 horas), de 1959. Isso contribuiu para dinamizar o enredo, onde a participação de Cristo, interpretado por Rodrigo Santoro, foi muito maior. No original, a presença de Cristo era somente sugerida por seus ombros, em duas cenas.

Contudo, não sou capaz de julgar se um filme foi melhor que o outro, embora possa dizer que as atuações do original continuam sendo superiores, principalmente no que diz respeito ao personagem Messala. A exceção fica por conta de Morgan Freeman, que me obriga a adjetivá-lo pela enésima vez como fantástico.



1 de setembro de 2016

こんばんは


Foto: The Chive (Pinterest)

Como não me contaste teu sobrenome, fingirei que é Tell
Não consigo te olhar sem que meus escudos virem dentes-de-leão
Deixando-me inteiramente desprotegido
À espera de uma mordida redentora

Ver você lutando para vencer a si mesmo
Me deixou com olhos de doçura irremediável
Me sinto ridílouco por querer que ensines minhas quedas a se tornarem abraços
Sem alvoroço, onegai shimasu

Uma nova proposta está batendo à minha soleira
Mas o que sinto por ti é muito mais forte
O que devo fazer?
Além de esperar que chova
Até que o chover cegue o chorar mais próximo
E o meu orar encontre-se com uma verdade na qual
Não haja espaço para negares que meu peito é o paraquedas
Que teu hoje precisa e teu amanhã quer e requer

Essa pergunta deve ser tua ou pra ti?



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