A Estranha Dama foi uma novela argentina produzida em 1989 e que
acabou conseguindo maior sucesso em outros países a exemplo do Brasil – tendo sido
exibida no SBT – e da Itália, onde ganhou o maior prêmio da televisão italiana,
o Telegatto.
É uma novela que, apesar das
limitações do gênero folhetinesco, como o maniqueísmo, a síndrome do final
feliz e a heroica assepsia dos protagonistas, ousa em muitos aspectos. Relata a
história de Gina Falconi, uma freira que, no passado, antes de assumir os
votos, viu-se forçada a deixar sua filha recém-nascida, batizada com o nome de
Fiamma, aos cuidados do pai, chamado Marcelo Ricardo, um homem que preferiu se
casar com outra mulher, movido por interesses financeiros e pelo status.
Anos depois, quando Gina já é
madre superiora, ela reencontra a filha, que foi obrigada pelo pai a ingressar
no convento por não querer abrir mão do homem que amava, o qual, aos olhos do
pai de Fiamma e antigo e único amor de Gina, deveria se casar com a irmã de
Fiamma, para que fossem unidas as fortunas das duas famílias e o status fosse
preservado, visto que Fiamma, para todos os efeitos, era filha “ilegítima”,
pelo fato de ter sido adotada. Vale lembrar que o cenário de A Estranha Dama é o
início do século XX.
Para tentar salvar a filha da
obrigação de se tornar freira, Gina resolve encontrar-se com o homem que amou
no passado e que a havia desprezado. Ela tentará enternecê-lo, fazendo-o se
apaixonar. Para isso, a freira aproveita o horário da noite, veste-se com
roupas de uma refinada dama, maquila-se e sai às escondidas para festas
promovidas por membros da elite e frequentadas por Marcelo Ricardo. O objetivo
é que, depois que Marcelo permitisse o amor de Fiamma e Aldo (o enamorado de
Fiamma), Gina simplesmente desapareceria. De início, Marcelo não a reconhece e
todos se perguntam quem seria aquela dama de hábitos estranhos.
Em tempos cuja polêmica gira em
torno da liberação do beijo gay na TV brasileira, esquece-se que a novela A
Estranha Dama, muito antes, já causou polêmica ao exibir o primeiro
beijo entre uma freira (na verdade, uma noviça) e um rapaz. Foi talvez o
primeiro beijo “sacrílego” em uma novela. Acontece quando Fiamma está nas vias
de prestar os votos para se tornar freira. Nesse momento, seu amado Aldo
aparece...
Veja a cena, a seguir:
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