Photography by Boza Ivanovic |
Martinho Lutero cantava diariamente o Magnificat, poema-cântico no qual a Virgem Maria celebra o fato de ter sido a escolhida para gerar o filho de Deus, em cumprimento à promessa feita por Ele e reiterada ao longo das gerações desde o tempo de Abraão.
Na obra Maria, o caminho da Mãe do Senhor, escrita em 1960, a também protestante M. Basilea Schlink, demonstra que este foi apenas um dos gestos que demonstram a afeição nutrida pelo idealizador da Reforma Protestante com relação a Nossa Senhora.
Atualmente, o senso comum entre as religiões protestantes é o de que não deve haver intermediadores entre Deus e o ser humano. Mas no texto Comentário do Magnificat, Lutero parece contrariar esta ideia: “Peçamos a Deus que nos faça compreender bem as palavras do Magnificat… Oxalá Cristo nos conceda esta graça por intercessão de sua Santa Mãe! Amém.”.
Lutero também reconhecia as festas em homenagem a Nossa Senhora e identifica Isabel, sua prima, como a primeira pessoa a ter uma atitude de louvor com relação a Maria quando, ao ser visitada, perguntou-se como seria digna de receber em sua casa a mãe do Salvador.
No artigo IX da Apologia da Confissão de fé de Augsburg – um dos documentos principais da Reforma - Martinho Lutero dirá: “Maria é digna de suprema honra na maior medida”. Já, nos Deutsche Schriften , afirmará: “Não há honra, nem beatitude, que se aproxime sequer, por sua elevação, da incomparável prerrogativa, superior a todas as outras, de ser a única pessoa humana que teve um Filho em comum com o Pai Celeste”.
A “história de amor” entre Lutero e Nossa Senhora comprova a teoria de Walter Benjamin segundo a qual não se pode apagar algo da história, mas, no máximo, ocultar. Além disso, o que está oculto conspira para ser redimido e vir à tona em algum futuro que consiga escapar à pressão das verdades institucionalizadas.
Maria foi excluída da lista de amigos de Martinho Lutero. Contudo, se a linha do tempo dele for investigada com atenção e respeito, vai-se verificar que descaminhos históricos - ungidos por interesses institucionais, medo e desconhecimento – ocultaram, mas não apagaram o amor que Lutero sentia e expressou no Comentário do Magnificat:
“Quem são todas as mulheres, servos, senhores, príncipes, reis, monarcas da Terra comparados com a Virgem Maria que, nascida de descendência real (descendente do rei Davi) é, além disso, Mãe de Deus, a mulher mais sublime da Terra? Ela é, na cristandade inteira, o mais nobre tesouro depois de Cristo, a quem nunca poderemos exaltar bastante (nunca poderemos exaltar o suficiente), a mais nobre imperatriz e rainha, exaltada e bendita acima de toda a nobreza, com sabedoria e santidade”.
Agradeço, nessa postagem, pelo auxílio do blog Repórter de Cristo.
Amor escondido - Fagner
Maria, vogliamo amarti - Gen
PORQUE AS APARIÇÕES DE MARIA , SE ELA MESMA DISSE QUE ELE É O SALVADOR? ME PARECE QUE FICARIA MAIS CLARO SE REGISTRASSEM A APARIÇÃO DE JESUS NÃO É MESMO? PORQUE DEIXAM ELE SEMPRE NO SEGUNDO PLANO? COMO DISSE O PADRE FÁBIO DE MELO: TEMOS QUE FOCAR É JESUS O SALVADOR . MARIA TEM LÁ O SEU LUGAR ,MAS JESUS É O SALVADOR.
ResponderExcluirAcredito que Cristo gosta de amar e agir com e através dos outros. O próprio Deus, como se pode ver ao longo do Antigo Testamento, faz questão de exaltar os profetas e demais pessoas que o servem. Com Nossa Senhora, não seria diferente. Ela e os demais santos nunca buscaram o foco. Ao contrário, enfrentaram sacrifícios, torturas, humilhação e opiniões alheias do pior tipo a fim de fazer o projeto de Cristo brilhar. Entre os evangélicos, costuma-se chamar o irmão de abençoado. Por que não posso dizer que Maria é bendita entre as mulheres? Ela é minha amiga e eu a admiro e estou certo que Cristo não fará questão disso porque ele é o Amor em pessoa, espírito e verdade. Forte abraço e obrigado pelo comentário instigante.
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