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Fragmento de um poema de Robert Burton
Tal qual o amor
Que de tanta tensão acumulada por seu não existir
Precipita-se,,, como um raio que cai de ponta a cabeça
E não existe
O amor não existe
Assim igual à respiração,
Que de tão presente, nunca está lá
E da qual ninguém se lembra
- Defina respiração, por favor!
- É a corrida inútil da angústia em busca do alívio ou
A tentativa inútil de o alívio escapar à angústia
E quando saio de casa, quando me acordo,
Vou vendo que à minha frente se erguem tantos não-existires
E atrás de mim também
Luto por vitórias que não existem
Venço por lutas que não existem
Sonho por realidades que não existem
Lembro por passados que não mais existem
Lembro-me de futuros que não existirão,,,
Talvez
O chão nem existe, mas já é necessário caminhar
E se surpreender quando a não-existência
Começa a estremecer
A pedra que a tampa,,, chamada "tentativa inútil",,,
Começa a se mover sozinha e a ficar corada de vergonha, tingida de luz
E a mera e fútil existência fica com medo e corre
Ao assistir à esperança pôr o pé pra fora
E desmentir o cartório que registrou o não-existir pelo nome “nada”
O não-existir não pode ser um nada
Assim igual aos órgãos mais vitais
Que ignoram nosso esquecimento, desdém e vontades
E nos presenteiam com os cinco sentidos
O não-existir é a esperança tímida
Mas, quando se despe da vergonha de estar nua
Essa esperança revela-se um sentido além de qualquer sentido
Além não por estar longe,
Mas por estar dentro de mim
Como o Coração que bate dentro do meu coração
Mesmo depois que este pára de bater
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