A resposta ao agradecimento
Poderia ser simplesmente: Por nada
Mas, de repente,
Minhas mãos tocam uma canção no vácuo
E despem a gratidão pra transformar em abraços e chêros
Toda precaução e reserva do você que me encanta
Também quando me desencanta
Ou me decanta; banindo de mim
Tanto de não e de impossível
Que a vida deposita em meu subsolo;
Permitindo-me me permitir
Não há de que
Ter mêdor
Pres(s)a, demora, receio, cobrânsia
Porque o nosso haver é verbo pessoal
O bastante pra flexionar os tempos imperfeitos
Inenarrar os tempos mais que perfeitos
E receber o que o presente tem pra dar
Onde nada em troca a haver é obrigado
Espero que a gratidão não seja
Um modo de se preservar distante
Mas sim uma senha
Cifra do não medo
Da sincera calma
Que é ir fazendo parte da vida do você
Que meu querer não escolhido
Não cansa de colher
Onde quer que meu tato ame
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