7 de outubro de 2020

Reflexão filosófica sobre o dar e levar um fora




Fote da imagem: Les mots clefs




Tentei ser sutil dando o que se chama de “fora”
Numa pessoa que disse que gostava de mim na rede social que, sem perdão,
Sempre mostra a outra face

O problema é que essa pessoa parecia estar por fora

De que ela não era o você que ajuda

Meu corpo-e-mente a encontrar sua verdadeira postura 


O fora saiu pra dentro de mim

E me olhou como um espelho

Que troca de lugar com o objeto que deveria refletir


Vestido de interrogação,

Pensei se não estaria sendo eu também

Um indiscreto mendigo

Fazendo malabarismos no sinal amarelo-vermelho

Com os ouros da paixão, amor, carinho, atenção, ternura

À espera de receber

Sem declaração ou imposto, a restituição do troco

Numa moeda que não precisa se preocupar em ser a mesma


Tive medo de que meu querido você

Se sinta mal com esse gostar

De que sinta vontade de que eu tenha ido embora

Antes de ele perceber que sente essa vontade

De que queira plantar a nota dó como uma mina

Entre as penas de minhas asas de Pégasus


Tenho medo que ele ache que sou digno

Somente de pena

Quando sou digno de pena e espada

De que ache que sou santo

Quando me quiser devasso

E ache que sou intruso 

Quando ele precisa estar recluso

Ou que sou medroso quando ele precisar da minha coragem


Tenho medo de que ele ache que pode me perder

De que a vontade de ele me abraçar em seu beijo

Se desencontre de mim

Como uma técnica marcial que se atrasa ou adianta

Pra o encontro com o maai (de ais)


Tenho medo porque perto do você que me lê

Não sinto medo

E perder esse não sentir medo

Ou esse estar perto de você

Apavora qualquer coragem


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...