17 de setembro de 2020

Teoria dos níveis de presença ou Os diferentes (ul)trajes da presença

 



A presença é feita de camadas

O estar presente de forma total é um limite

Daqueles que a matemática avançada finge entender

A Filosofia Existencial finge alcançar

A Psicologia finge tratar


É como uma clareira inacessível 

(acessível só ao som do pífano ou da epifania), cercada por formações vegetais

De diferentes densidades:

Essas formações vegetais são mais ou menos densas

A depender da combinação entre presença e ausência


O clímax da música está presente quando a música ainda está no começo

Ele está lá, na torcida pra que corra tudo bem

Com o andamento da música

Ansioso por entrar em cena, não para ser reconhecido como ponto alto,

Mas para abraçar forte a música que lutou tanto 

Que no começo era frágil: ninguém dava muito por ela

Mas com esforço ela foi crescendo até atingir o clímax


Depois, o clímax continua presente

Vendo a música desaguar para seu final

E o final também acaba descobrindo

Que não tem fim

Primeiro porque a música pode ser ouvida novamente

De velha e de novo

Segundo porque o fim de uma música

Se torna começo de outra 


O começo, o clímax ou o fim

São em um dado momento inspiração

Em outro expiração

Mas, são de uma forma ou de outra respiração


Tomara que angústia da ausência do toque, do abraço, do wasa, do kata, da dança a dois

Perceba o valor que a presença tem em seus diferentes níveis

Como os livros que continuam presentes em nós quando "paramos" de os ler


Só não pense que esse texto representa um conformismo com a ausência

É que quando a companhia é agradável, a gente quer torná-la presente

Até mesmo quando não é possível vestir o (ul)traje completo da presença









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