A presença é feita de camadas
O estar presente de forma total é um limite
Daqueles que a matemática avançada finge entender
A Filosofia Existencial finge alcançar
A Psicologia finge tratar
É como uma clareira inacessível
(acessível só ao som do pífano ou da epifania), cercada por formações vegetais
De diferentes densidades:
Essas formações vegetais são mais ou menos densas
A depender da combinação entre presença e ausência
O clímax da música está presente quando a música ainda está no começo
Ele está lá, na torcida pra que corra tudo bem
Com o andamento da música
Ansioso por entrar em cena, não para ser reconhecido como ponto alto,
Mas para abraçar forte a música que lutou tanto
Que no começo era frágil: ninguém dava muito por ela
Mas com esforço ela foi crescendo até atingir o clímax
Depois, o clímax continua presente
Vendo a música desaguar para seu final
E o final também acaba descobrindo
Que não tem fim
Primeiro porque a música pode ser ouvida novamente
De velha e de novo
Segundo porque o fim de uma música
Se torna começo de outra
O começo, o clímax ou o fim
São em um dado momento inspiração
Em outro expiração
Mas, são de uma forma ou de outra respiração
Tomara que angústia da ausência do toque, do abraço, do wasa, do kata, da dança a dois
Perceba o valor que a presença tem em seus diferentes níveis
Como os livros que continuam presentes em nós quando "paramos" de os ler
Só não pense que esse texto representa um conformismo com a ausência
É que quando a companhia é agradável, a gente quer torná-la presente
Até mesmo quando não é possível vestir o (ul)traje completo da presença
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