24 de maio de 2016

Reflexões de um infrator leve


Fonte da imagem: omelhordavida.com


Ser bonito nos teus braços vai devolver o aconchego e a fé aos meus abraços partidos
Tua companhia indecisamente decidida 
Incide sobre minha esperança cindida
Antecipa um doce devir, tornando sem efeito prever o passado
Como é costume da armadura de vidro que tenta me proteger do não,
Antes de ele desistir de ser Por que não?

Espero ser como água e afagar teu eu metódico, tua inibição descarada
Até que meu colo se encontre com teu rosto e esqueça como é saber o que fazer daqui por diante
E, mesmo assim, sentir-se seguro como quem não terá medo de inventar um ser feliz para cada dia
Torço para que teus talentos de jardinagem me ajudem a entender a importância dos espinhos
No relevo da rosa do ser feliz

Vamos aprender juntos, espero, como esculpir a chama que respira a espada
Feita de aço temperado por fagulhas de deslizes, de frustrações, mas também de
Sonhos e de cinco estações, incluindo os invernos-verões plantados pela translação dos nossos corpos
No sistema solar de solidões que, em breve, não passarão de luas minguantes

Me tenha mais por perto e deixe-me terminar de executar o plano de segurar tua contramão no cinema

Arqueiro Tell, que eu possa ser a carícia necessária para amparar os teus segredos e te ajudar a resolver tuas pendências, a fazer as pazes com tuas flechas e amor com teu alvo, isto é, com meu eu moreno

Minha pele possa ser advertida por tua nudez derramada.

Não seja a pressa mais do que o suficiente para dar vida nova a tua quietude, abrindo em tua paz uma vaga preferencial para este infrator leve, que te escrevê.

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