7 de julho de 2013

As asas arrancadas do Spider e do Batman do Supremo Tribunal




“Ou você morre como Heroi, ou vive o bastante para se tornar o vilão”, disse um amigo sobre o ministro Joaquim Barbosa.

“É pau! Vc sabe que é o melhor. Todos dizem que vc é o melhor. Não ser arrogante é difícil.”, disse outro amigo sobre o lutador Anderson Silva.

Joaquim Barbosa e Anderson Silva são, nesse momento, irmãos no infortúnio. Ambos foram alçados ao status de semideuses (isto porque os dias de hoje são preguiçosos demais para criar deuses completos...), no primeiro tempo, para, na prorrogação, descobrirmos que, criados pelo capricho, são uma desculpa para, mais adiante, extravasar-se o desejo de transformar os humanos em semi-humanos.

Época estranha esta. Professa-se laica, mas é repleta de superstições:

. Vive ancorada a previsões do futuro: meteorologia, mercado de ações, terapia genética, narrações do Galvão Bueno, estatísticas do Blogger, comentários nas redes sociais, assessorias de imprensa, Moda, decisões do Supremo, campeonatos de UFC.

Anderson Silva errou ao crer-se invulnerável e buscar refúgio na bolha produzida pelo louvor murcho e preguiçoso que gera os semideuses. Mas, a queda dele foi só mero reflexo de nossa arrogância que, acomodada na poltrona da vida cotidiana, projeta nos “heróis” os voos e as quedas que não temos coragem de ousar.

Coisa semelhante ocorre com Joaquim Barbosa, anjo negro a quem dotamos de asas e invencibilidade e que, agora, queremos, inutilmente, culpar pelo privilégio de querer viajar nas asas do avião da FAB.

Época tortuosa esta. Faz de humanos anjos, concedendo-lhes a prerrogativa de serem corruptos, desde que a espada da corrupção possa abrir portas.

Mas, mal sabem os anjos que o louvor murcho e preguiçoso forja-lhes como auréola sua própria guilhotina.

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