“Ou você morre como Heroi, ou vive o bastante para se tornar o vilão”, disse um amigo sobre o ministro Joaquim Barbosa.
“É pau! Vc sabe que é o melhor. Todos dizem que vc é o
melhor. Não ser arrogante é difícil.”, disse outro amigo sobre o lutador
Anderson Silva.
Joaquim Barbosa e Anderson Silva são, nesse momento, irmãos
no infortúnio. Ambos foram alçados ao status de semideuses (isto porque os dias
de hoje são preguiçosos demais para criar deuses completos...), no primeiro
tempo, para, na prorrogação, descobrirmos que, criados pelo capricho, são uma
desculpa para, mais adiante, extravasar-se o desejo de transformar os humanos
em semi-humanos.
Época estranha esta. Professa-se laica, mas é repleta de
superstições:
. Vive ancorada a previsões do futuro: meteorologia, mercado
de ações, terapia genética, narrações do Galvão Bueno, estatísticas do Blogger,
comentários nas redes sociais, assessorias de imprensa, Moda, decisões do
Supremo, campeonatos de UFC.
Anderson Silva errou ao crer-se invulnerável e buscar refúgio
na bolha produzida pelo louvor murcho e preguiçoso que gera os semideuses. Mas,
a queda dele foi só mero reflexo de nossa arrogância que, acomodada na poltrona
da vida cotidiana, projeta nos “heróis” os voos e as quedas que não temos
coragem de ousar.
Coisa semelhante ocorre com Joaquim Barbosa, anjo negro a
quem dotamos de asas e invencibilidade e que, agora, queremos, inutilmente,
culpar pelo privilégio de querer viajar nas asas do avião da FAB.
Época tortuosa esta. Faz de humanos anjos, concedendo-lhes a
prerrogativa de serem corruptos, desde que a espada da corrupção possa abrir
portas.
Mas, mal sabem os anjos que o louvor murcho e preguiçoso
forja-lhes como auréola sua própria guilhotina.
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