Mandela |
À elegante e vitoriosa Iara Lima, cuja companhia nos anima a não desistirmos de ser ao mesmo tempo profissionais e humanos
Passei batido a morte de Nelson Mandela. Como pude fazer
isso com um dos homens que amava?
Sim, eu iria pra cama com Nelson Mandela, pois ele sem tirar
a roupa conseguiu ensinar o mundo a fazer amor e a sentir amor à flor da pele,
independentemente da cor: da pele e da flor.
A luta deste homem foi para mostrar que os direitos de
entrar e sair, de sentar-se, de estar no mesmo espaço que os outros, não são espasmos
de inércia ou cócegas na liberdade.
No Brasil, tem havido o despertar para questão semelhante. O
fundamento da liberdade – o direito de ir e vir – começa a sair do fundo da cena
e a reclamar o direito de ser o protagonista que, de fato, é. Isto significa
que as pessoas estão cansadas de achar que têm o dever de não ter o direito de
irem e virem, de serem transportadas vida a fora como gado, aos solavancos: quer seja
dentro do busão ou da High Lux.
Insulto tremendo querer fazer a população acreditar que tem
a obrigação de jazer seus direitos fundamentais no silêncio em troca de -20 centavos.
Quanta deselegância!
Nunca antes na história desse país, a profecia conjunta de
Lobão e Lulu Santos cumpriu-se com tal veemência. E o oráculo que a profere,
usa a máscara V da vingança terna:
“Eu vejo um novo começo de era: de gente fina, elegante e
sincera”.
Os brasileiros, como os sul-africanos, como Mandela, como as
vitimas da homofobia e dos nazismos tingidos de deuteronômio, anseiam pela
mistura de elegância e sinceridade.
É deselegante e mentiroso ser uma “autoridade” de rosto
rebocado na plástica à custa do sucateamento do bem público pelo qual deveria
zelar esta mesma autoridade.
É extremamente deselegante-mentiroso trocar o mérito e a
eficiência pelo compadrio e a corrupção: apartheids à brasileira.
E não há personal
stylist que consiga curar a deselegância-mentira que, no Brasil, é premiada
com auxílio-paletó e auxílio Copa das Confederações.
Mandela tornou
possível ao mundo ter a esperança de que a cor da pele deixasse de ser senha
para acesso aos direitos fundamentais. E tomara que o sonho dele se torne um
viral e prolifere inúmeros hackers capazes de derrotar tantas senhas, a exemplo
da homofobia e das imunidades do parco poder, que bloqueiam o acesso humano aos direitos básicos de ir, vir,
dignificar-se e ser.
Lulu Santos é um grande artista que o Brasil tem! Tenho um projeto muesical com bastante refrencia dele, e convido a todos que curtem esse estilo a darem uma escutada nesse meu projeto. Obrigada e valeu por compartilharem essa matéria aqui! ;)
ResponderExcluirColoca aqui no comentário o link do teu projeto pra galera poder visitar. Obrigado pelo comentário. Abraço!
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