2 de julho de 2013

A elegância de Mandela, Lulu Santos e de Iara mãe D'água e do Maracatu roubada de ouro


Mandela

À elegante e vitoriosa Iara Lima, cuja companhia nos anima a não desistirmos de ser ao mesmo tempo profissionais e humanos 


Passei batido a morte de Nelson Mandela. Como pude fazer isso com um dos homens que amava?

Sim, eu iria pra cama com Nelson Mandela, pois ele sem tirar a roupa conseguiu ensinar o mundo a fazer amor e a sentir amor à flor da pele, independentemente da cor: da pele e da flor.

A luta deste homem foi para mostrar que os direitos de entrar e sair, de sentar-se, de estar no mesmo espaço que os outros, não são espasmos de inércia ou cócegas na liberdade.

No Brasil, tem havido o despertar para questão semelhante. O fundamento da liberdade – o direito de ir e vir – começa a sair do fundo da cena e a reclamar o direito de ser o protagonista que, de fato, é. Isto significa que as pessoas estão cansadas de achar que têm o dever de não ter o direito de irem e virem, de serem transportadas vida a fora como gado, aos solavancos: quer seja dentro do busão ou da High Lux.

Insulto tremendo querer fazer a população acreditar que tem a obrigação de jazer seus direitos fundamentais no silêncio em troca de  -20 centavos.  Quanta deselegância!

Nunca antes na história desse país, a profecia conjunta de Lobão e Lulu Santos cumpriu-se com tal veemência. E o oráculo que a profere, usa a máscara V da vingança terna:

“Eu vejo um novo começo de era: de gente fina, elegante e sincera”.

Os brasileiros, como os sul-africanos, como Mandela, como as vitimas da homofobia e dos nazismos tingidos de deuteronômio, anseiam pela mistura de elegância e sinceridade.

É deselegante e mentiroso ser uma “autoridade” de rosto rebocado na plástica à custa do sucateamento do bem público pelo qual deveria zelar esta mesma autoridade.

É extremamente deselegante-mentiroso trocar o mérito e a eficiência pelo compadrio e a corrupção: apartheids à brasileira.

E não há personal stylist que consiga curar a deselegância-mentira que, no Brasil, é premiada com auxílio-paletó e auxílio Copa das Confederações.

Mandela tornou possível ao mundo ter a esperança de que a cor da pele deixasse de ser senha para acesso aos direitos fundamentais. E tomara que o sonho dele se torne um viral e prolifere inúmeros hackers capazes de derrotar tantas senhas, a exemplo da homofobia e das imunidades do parco poder, que bloqueiam o acesso humano aos direitos básicos de ir, vir, dignificar-se e ser.

2 comentários:

  1. Lulu Santos é um grande artista que o Brasil tem! Tenho um projeto muesical com bastante refrencia dele, e convido a todos que curtem esse estilo a darem uma escutada nesse meu projeto. Obrigada e valeu por compartilharem essa matéria aqui! ;)

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  2. Coloca aqui no comentário o link do teu projeto pra galera poder visitar. Obrigado pelo comentário. Abraço!

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