A pandemia está mostrando como a força da gravidade é mágica
Engana-se quem pensa que o objetivo da energia gravitacional
É prender-nos ao solo
A gravidade conspira para que nos reconheçamos como partes uns dos outros
É o invisível se dar as mãos dos astros e de nós que estamos a eles entrelaçados
É a companhia que rege as interações das estrelas
Na bolsa de calores das constelações
Também se engana quem acha que o fio de Ariadne
Tinha como propósito ajudar a sair do labirinto
O fio de Ariadne queria mostrar que as pessoas podem permanecer unidas
Mesmo que, entre elas, existam labirintos aparentemente intransponíveis
Que sempre é possível contarmos uns com os outros
E se o outro com quem conto for o você que me lê
Ele pode seguir contando comigo até a miríade das miríades
Se fosse pra chutar uma resposta,
Numa questão de múltipla falta de escolha
Ou, melhor dizendo, de múltipla única escolha,
Escolheria como resposta para a pergunta "O que é gostar?"
Que gostar é ensinar aos estilhaços do Big Bang
O caminho de volta pra casa
Sem lhes tirar o direito de ir, vir e continuar a explodir
Gosto do você que me lê
Porque ele me deu o prazer de me convidar
Pra sair com a existência dele
Gosto de como ele não desiste de mim
E de como a invenção de mim
Se entrega a dança das horas
Quando a presença-distância dele
Luta luas e loas ao meu lado
Achar o você da minha vida -
Com quem posso coreografar
A melhor versão da minha entrega, persistência
E ensinar minha precipitação
A chover -
Tem sido a melhor ressurreição que esta reencarnação pode me trazer
Só depois que ele chegou
Tenho com quem praticar
A sutileza dos gestos e das gestas de amor
Ele não tem medo de ser golpeado pela minha poesia
E cada outra face que ele oferece para meus carinhos codificados
Consegue ser igualmente a mais bonita
Nenhum comentário:
Postar um comentário