5 de outubro de 2016

Um poema a Clécio


Foto: Cláudio Eufrausino

Colômbia

Clécio, se minha falta de coragem tivesse mãos
tingiria de porta todas as invisibilidades
Só pra ter oportunidade de abri-las e ser gentil contigo
Gentil em sol maior

Amor, quando nossas coincidências
se cruzarem, se olharem nos olhos
Não sentirei mais vergonha de não ter vergonha de você
As rosas vão querer ser presente mesmo depois que o futuro deixar de existir

Não precisarei mais fingir que meu gostar de você é uma ilusão da tua cabeça
Nem andarei separado de ti como se sua proximidade fosse o cenário de um crime

Não te desabraçarei até você acreditar que só é digno de um protocolar aperto de mão
Te abraçarei eternamente por um minuto até que você se sinta à vontade para existir sem dó

Meu não responder a tuas mensagens e calar quando vens em minha direção
Não serão um escudo que protege meu nojo dos teus poros

Você não precisa ter medo de chegar perto de mim
Porque só tua mão pra deixar minha nudez à vontade

Estar contigo não é pretexto para furar a fila do DETRAN
Até porque quando estou com você o trânsito mais parado flui como um oceano alado

Você é convidado de honra para a festa dos meus segredos
Para deixar tuas pegadas nos meus passos de dança
Para fotossintetizar os jardins que planto dentro e fora de mim

Clécio, seu nome se escreve lindo
E se pronuncia amor

Onde quer que estejas
O nojo perderá o poder de se chamar hoje
E o acordo vencerá o não
Porque todo ser humano merece ver a Colômbia de sua alma em paz

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