7 de outubro de 2016

Transversos para "Mar cheia de graça"



Foto: Erika Lemay

Acho que não preciso pedir licença para escrever na linha do tempo de Mariana e acredito que ela vai curtir porque é uma típica libriana - elegante sem ser fresca. Todo amigo tem algo que irrita o outro e mais cedo ou mais tarde esse algo vem à tona.

Ela e eu sabemos o algo dela que me irrita. E espero que ela viva mais que Gandalf para ter tempo de me contar vários algos meus que a irritam. Como bom libriano com ascendente em gêmeos sou meloso, gosto de declarar o que sinto, mas fico rapidamente entediado e com vontade de me hospedar no cárcere privado de mim mesmo. Mas, a vida tem dessas coisas.

Nem sempre poderei estar onde e quando ela desejar, mas quando a coisa apertar pode contar comigo porque mais do que estar com quem gosto na farra estou quando "inverga" a barra. Goste ou não o namorado dela, vou dizer que ela é linda e intensa e se entrega, nunca desistindo de confiar que a confiança é possível ( e de fato é, pois é uma chama tênue e bruxuleante, mas capaz de exaurir o esforço dos ventos de moinho). Ela é muito do que já fui e ainda sou.

Em hebraico, Ana significa "cheia de graça" e no nome dela cheia de graça é o Mar: Mar cheia de graça: praticamente um mar travesti... Sei que ela não vai se importar com esta brincadeira porque ela é uma porta onde o preconceito e o machismo foram bater e tiveram que, em seguida, bater em retirada.

Mariana não tem medo de jantar com os fantasmas e, por isso tem muito a ensinar ao futuro. Também não discrimina a tristeza e, por isso, é um mar profundo. Mariana, ainda tem muita ponte pra passar por cima deste rio. Que bom vê-la amadurecendo e cada vez mais independente dos botes salva-vidas. Os momentos felizes sejam o disfarce predileto de cada novo dia. E que as ondas do teu Mar possam ser felizes dançando flamenco, treinando para ser nefelibatas.


A minha amiga Mariana Silveira




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