14 de dezembro de 2015

Um poético Foda-se

Fonte: Dygransoft



Foda-se

Por Linav Koriander

Uma mina de indiferença tua estava lá,
Vi, fui e pisei-a
Quem sabe a explosão fizesse teu telefone lembrar de mim
Quis mudar de estratégia e mandar você se danar
Você se foder mesmo (dizem que se palavrões fossem uva, mandar se foder seria um champanha da mais distinta safra)
Mas, o pior é que eu não queria que você se fodesse
Queria que você me...

Desse a chance de saber como é ser sentido falta

Desistir tão facilmente de mim não é nada charmoso
E por que perder a chance de domar meus insultos
E comprovar a tese de que seu cavalheirismo consegue excitar até uma estalagmite (porque as estalactites optaram por se derreter com os raios do teu soslaio)?

Será que só eu fui visitado pelo vírus da saudade?
O único vírus que pede licença para entrar
E nos obriga a sair
Vírus que produz a doença da cura irremediável

Sinto vontade de que nos mandemos embora pra sempre
Só até antes do Natal mais próximo
E experimentar nosso reencontro
Ao som do doce arrependimento recíproco
Desaguando numa atração incontrolável
Como a da Lua que não resiste à frágil força das marés
E se deixa eclipsar, enrubescida
Bochechas ardendo de timidez

A ponto de uma carícia tua,
Uma simples cócega profana
Fazer brotar uma falha geológica
Onde antes era mera planície
Uma falha que traga teu sobrenome
Despida de qualquer santidade

Topa carregar esta futura cordilheira nos teus abraços
E achar o mais alto de mim no nível do mar
Onde o risco de um beijo

Pode ser mais extático que escalar uma queda d’água

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