1 de abril de 2015

Procura-se estrangeiro na Palestina



Feliz Aniversário
Por Linav Koriander


A proximidade do teu aniversário me fez lembrar que ontem foi aniversário da Torre Eiffel. Mas, ela não está à altura do teu charme franco-venezuelano-brasileiro.

Queria te dar de presente meu sonho de dormir enroscado no teu silêncio e juntos nos tornarmos um só corpo de delito: livre da culpa.

Amor, se fores salvar o Oriente Médio, volta e, por favor, cuidado pra não fazer amizade com nenhum homem-bomba, além de mim (que só explodo de saudade). E não aceite, por favor, se te oferecerem o tal do narguilé: aquilo é pior do que cigarro.

Te acho lindo desde que eras criança e visitei alguns ontens pra te dizer isso. Não quis ser stalker. Só estive em busca daquele tipo de instante em que a coragem nos tem o suficiente. Nesse instante, te direi que quando te vejo meu coração bate forte a ponto de transformar a faixa de Gaza numa pista de dança pavimentada por Shaloms e Eu-te-amos e por aquelas músicas estranhas que gostas de ouvir.

Tenho medo de viagens de avião, mas convenci dois anjos bem ranzinzas a te acompanharem em teus voos: tudo vai ficar bem, príncipe.

Desculpa, mas não consigo evitar de, pelo menos uma vez por mês, sonhar que me converti ao ateísmo só pra destravar no Playstation novas posições sexuais e, assim, inspirar teus poros a bombardearem minhas 7 camadas de nudez. E prometo que minha língua deixará até tua timidez intumescida.

Se der, não se case ainda. Antes, fica comigo um pouco pra eu saber como é ser feliz ao teu lado e pra tu saberes como é ser feliz contra mim e a meu favor também: fique à vontade. Mas, se for pra felicidade geral da nação alvi-rubra, pode casar. Serei, então, o melhor Outro que a traição já inventou. E, se quiser, podemos nos casar e meu amor visitará todos os dias teu mau-humor, tua mudez e aprenderás a visitar minha falta de noção, minha falta de nação.

O importante é que gosto de ti com aeroporto e tudo e estou disposto a andar de mãos dadas contigo e com teus naufrágios.

Estou certo de que sou capaz de te fazer especialista em abraços e o sarro de nossos corpos fará prescrever a vergonha de estarmos nus. Ajuda-me a aposentar as folhas de parreira e as culpas. Obrigado por me emprestar o retorno ao paraíso quando acaricio os teus apocalipses.

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