Foto: Karla Vidal
*O poema a seguir está sujeito a variações
Não gosto do você que me lê por ele ser sagrado ou divino
Gosto porque me sinto à vontade pra gostar sem saber por quê
E sabendo que, de algum modo, tudo é motivo pra gostar dele:
Basta uma pétala de sol cair ou um raio de flor brotar
E até quando noto que no meio das pedras tinha um caminho:
Ele consegue ser o primeiro com quem gosto de estar mesmo quando não estamos juntos
Se o juiz me perguntar se o meu Sim aceita estar conectado com ele, a resposta é:
Não importa a distância
Ele não precisa ser tudo pra mim
Estou gostando de quando ele imprecisa
E de conhecer e gostar também de suas desimportâncias
Já percebo uma ou outra coisa que me chateia,
E ter chegado a mais este começo de tudo me faz feliz
Um dia desses, um ontem talvez,
O você que me lê começou a me ensinar a baixar a guarda
E me fez sentir protegido e confiante
Ensaiando melhor a arte de sendo eu mesmo
Não precisar me preocupar em ser o mesmo ou um só eu
Já que posso me abrir um pouco,
Preciso dizer ao você que me lê que senti ciúme
Quando ele curtiu uma bunda numa rede social de pesca predatória
Mas, nada que me impeça de dar a banda pra ele
Com música e tudo
E chamá-lo de amor quando estivermos à toa na vida
Que possamos seguir juntos longe-perto
E que ele tenha a chance de conhecer também meus nus implícitos,
Meu sexo implícito
Entre mim e o você que me lê existe um segredo, um sagrado, que toma sol de chuva
Ao ar livre
Mas, a desnecessária chave da leitura só dou a ele
Porque sinto como ele abraça forte o que existe de inútil em mim
Todos os projetos do você que me lê merecem ser felizes com ele
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