Preciso escrever pra o você que me lê
Pra descarregar do meu peito o peso de tanta leveza acumulada
Uma orquestra de silêncios tristes, sem tambores, podia ter tocado
Pra abrir meu carnaval,
Mas, como meu bem (anjo) me visitou de longe
Me emprestando sua luta
Meu coração transformou o “d” em adubo
E o que era pra ser dor se transformou em cor
Sinto muito por querer lutar com quem me lê
Até que o outono tome conta das nossas roupas
E elas caiam como folhas
Onde beijos e abraços possam se escrever
Tornando-se passos de frevo
Porque teu gesto mais simples
Faz a paz e a suavidade me chamarem pra ferver
Sinto muito: não como quem lamenta,
Mas como quem muito sente
E a multidão de nós dois pula no marco zero do meu ser
Fazendo o chão descalço do além de mim tremer
Muito sinto porque sem termos feito ou refeito amor
Já tive com o você que me lê
Mais prazer do que nenhum homem conseguiu me dar
Aprendo a lutar pra cada dia descobrir
Uma forma de não ter como resistir a você,
Que entra em mim de dentro pra fora
Tua presença discreta é a cifra da ciranda secreta
Que me proponho a dançar com você
Brincando de roda com quem me ajuda a sentir
Seguro e firme pra acompanhar o passo
do Maracatu-Mundo a girar
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