13 de novembro de 2020

Sobre a repetição

 

Paráfrase de pôr-de-sol



Não tenho problemas com a repetição

E rever o você que me lê é como reviver 

as águas, os céus, os sóis, as luas, os perdões: 

Alegre, profundo e com um algo

Que veste as palavras de não saberem o que dizer

E reveste os corpos de saber ao incerto como agir 


Me repito na expressão dos sentimentos

E quando me repito fica tanto que falta ser dito

E tanto de impreciso a ser feito

Mas, se você se sentir à vontade perto-longe de mim,

Se em você a voz dos outros meio que tirar férias,

Então, recontinuar será um gosto em todos os agostos

Com ou sem os deuses


E os amores que fizermos ou refizermos

Ou quase ou ainda ou quem sabe?

Não trarão o peso de ultimatos

Nem antes do depois

Nem depois do antes


Só sei, no meu nada sei, que

Desejo você feliz no que te fizer mais feliz

Podendo ser o máximo de contato

Naquilo que você ama lutar

Sendo toda a plenitude da precária condição humana


Prefiro estar longe e ter saudade,

Sabendo que você está feliz,

Do que ver você mais vezes num mundo

Que te deixa preocupado e triste


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