Meu eu é um endereço que por mais mais-que-perfeito que seja
Não consegue se deixar encontrar pela correspondência
Se você me deixar te deixar me visitar,
O barulho da chuva será suficiente pra fazer a represa do oceano sangrar
E inundar a mentira da Terra Plana
Depois da classe, me tira da era plena
E me empresta um abraço de correspondência devolvida
Sem reios: só cor descomposta
Quando te encontro, a carta do Rei quebra a etiqueta
E acompanha você pela vida inteira, que escorre pela orla minada dos minutos
Se chegar o tempo em que a pandemia solicite reinventar o beijo
Espero que percebamos o que já sabemos, mas só temos coragem de pressupor:
Que o beijo do futuro já está sendo desenvolvido por nós (d'ois, d'olás, d'aquis, de lás, de sóis...), sem nenhum tipo de amarra
Num laboratório que ora reza, ora elabora, ora treina, ora é rosa, ora é rasante, ora é heresia, éramos trem
Depois das 10 horas, espero que minha presença faça parte de tua contagem regressiva para o sono
E se você me chamar, saio do meu sonho pra te sair do seu pesadelo
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