Sou tão corpo
Arrisco-me a dizer que a verdadeira membrana que me plasma é o abraço
E minhas mitocôndrias respiram a falta de ar do beijo
¿ E quando a felicidade nos empresta uma presença-distância que
Faz da queda da Internet a luz de velas de um jantar navegante
Onde Odisseu não é mais seu ou de mais ninguém?
Perdoe a falta de tato, mas preciso de um toque sobre quando poderei dedilhar,
À sangue quente,
A linha do Equador nos teus corpos e cavernas com direito a turbulência e a cala-frio
Amar quando se é abraçado é um sonho
Mas, amar também o abraço que não se pode abraçar é sonho que não teme ser realidade
Amar sendo texto principal é uma dádiva
Mas, amar sendo epígrafe dos capítulos é onde a vida é ávida
A maior parte do tempo de quem amamos é feito de onde não podemos estar juntos
Saber que existe quem faça este quem feliz, nesse onde onde não estamos,
Me traz o alívio de cifrar
A música tocada pelo mistério da fé
Sair pra dentro de casa numa sexta à noite vira pleonasmo legítimo
Quando se está na melhor boa companhia
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