2 de junho de 2016

O Monte Fuji e a teoria da recepção de textos

Fonte da imagem: Blog Ásia Comentada


Impossível saber ao certo se o texto nunca será lido ou se sempre o será
O único leitor garantido de um poeta é o Talvez

Quando se escreve, o poema é destinado a uma única pessoa
Que talvez nunca o lerá
E, acidentalmente, pode se tornar propriedade privada de todas as gerações
Pelos ecos dos séculos e confins: Amemos!

A ti, arco e alvo destes versos brancos
Preciso te dizer, na fratura exposta deste segredo, que
Minha única pressa é ser um dos elétrons que compõem o orbital da tua alegria diária,
Quero fazer uma ligação covalente pra ti
E, de repente, despentear teu cabelo até as preocupações e temores entenderem que
Teu coração é maior

Aos outros que me honram apropriando-se indebitamente desse texto
Digo: Não se preocupem. Não os culpo
Pois assim que começaram esta leitura cheia de finalidade sem fim, vocês se declararam presos em liberdade incondicional

Este poema não foi escrito para todos, somente para você
E pra ti
O trânsito para com teu charme e flui com tua integridade e despretensão
Minhas rimas recebem muitas flores de lótus
Quando tua timidez orvalha carinho sobre minhas noites
Sem esforço, calaste o Fuji e, por tabela, o meu fugir

Fique tranquilo, Japonês é mesmo uma língua difícil

Mas, o beijo, tradutor universal, é capaz de vencer barreiras linguísticas aos montes

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