19 de abril de 2016

A oração de DJ Bolsonaro

Fonte da imagem: Notícias Terra



Deus, espero que sejas meu, mas não minha propriedade
Te peço que minha pele não confunda um toque ou um abraço com um estupro
Quando o olhar de um homem me achar bonito, eu não sinta como se
Meu pênis fosse cair pelo tronco, deixando órfã minha masculinidade do pau oco

Não sejam asfixiados os homens que trabalham, estudam e fazem o bem
Porque gostam de perder o fôlego beijando outros homens
Mulheres: idem

Não sejam encontrados nus e assassinados os homens e mulheres de boa-vontade que se beijam e se chupam e suam entrelaçados: homens com homens, mulheres com homens, mulheres com mulheres, homens consigo mesmos, mulheres consigo mesmas

Pela queda do muro de Berlim (lato sensu), meu voto é “Não” ao Impeachment
Dos que foram por mim e meus correligionários considerados responsáveis
Pelo crime de amar sem seguir a risca as normas de acoplagem dos órgãos sexuais
Previstas pelo meu código de ética, que empresto diariamente ao meu Deus

Infunde em mim a tua Sabedoria, Senhor, pra que eu possa entender o porquê desta minha compulsão de emudecer o sexo oral
Possamos ter o nome gravado na mão de direita de Deus sem precisarmos ter o diário de nossas genitálias gravado em nossas testas

Saia de minha tenda o sacramento da Corrupção
E também o da Reafirmação da “masculinidade”, pois
Meu espelho impotente está cansado de repetir
A precoce jaculatória : “Sou ‘Eu Sou Macho’”,
Sob a unção do óleo santo da Petrobrás

Que a árvore da tortura ressarça, de forma ardente, os que têm seu direito de existir suspenso
Por descumprirem o Mandamento que vos dei: “Amai-vos uns aos outros como como Eu”

Perdoa, Pai, porque, no príncipio , criei um mundo
Em que os homossexuais só podiam existir para me fazer rir,
E, ultimamente, estou tentando criar um apocalipse,
Onde, no recomeço, só reste eu para fazer chorar a mim mesmo.

Perdoa-me, Deus, porque não dei descanso nem ao sétimo dia,
Preocupado em velar o que a noite esconde debaixo dos lençóis alheios

Descobri, recentemente, que és um Deus com entranhas
Nas quais insistes em abrigar a todos a todas sem distinção
Tu és masculino e feminino ao mesmo tempo

Pai, Pai, porque te abandonaste?
Por que não és mais meu?
Porque não és mais meu

Adeus, meu






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