Jardim Botânico de Recife Foto: Cláudio Eufrausino |
Proposta indecente
Por John Sedasphord
Medo quando tua proposta demora muito tempo a bater na porta
Da minha existência morna
Medo de que eu morra antes de chegar o momento em que possa
esquentar meu ouvido externo
No teu colo
Meu ouvido interno no teu sussurro
Antes que possas acampar à minha porta dos fundos
Antes que possas acampar à minha porta dos fundos
Tenho coragem de descansar meu beijo nos teus lábios
E acreditar que não sou digno de nojo, enquanto tua sinfonia
Não me deixa esquecer que meu corpo espera ansioso que possas nele te acidentar
Não se afaste, pois me excita te ver suportando tão destemidamente
Não se afaste, pois me excita te ver suportando tão destemidamente
Meu orgulho e minhas cicatrizes coadjuvantes
Me parece que todo neurótico que se preza guarda na manga
Pelo menos uma proposta indecente
A minha é a de que me ajudes a acreditar que não sou
Indigno de ser
Indigno de ser
Percorra
As minas orgásticas plantadas na linha do meu destino
Que eu possa dormir meu cangote na tua carícia
E hibernar meu rosto no teu peito
Minha proposta indecente é que lembres de mim daqui a um ano
E não esqueças de mim nas próximas 24h
A indecência chove de meus poros ciosos pela tensão superficial de teu quase toque
Ela propôs rasgar a tradução juramentada do ouro em diamante
Ela propôs rasgar a tradução juramentada do ouro em diamante
Só para ter o prazer de te amar gratuitamente
Sob o risco de tuas intempéries
É uma indecência que não consegue esconder o quanto te acha incrível
Nenhum comentário:
Postar um comentário