Foto by Guto Noronha |
O ex Homem-bomba
Por Absalon Sina-El
É lindo o teu jeito de não desistir de mim
Todas as vezes em que foste abduzido
Ou os extraterrestres explodiram tudo ao teu redor
Não conseguiram te fazer esquecer do meu nome invisível
E quando meu mundo de sonhos ruía, lá bem perto de onde o
fim
Deságua no nunca mais
Lá, tu enfrentaste a correnteza do deserto
E me resgataste só pra me fazer respiração boca-a-boca, seu
devasto
Eu te amo
Porque compreendeste quando eu ligava sem me identificar
Em busca do instante em que teria coragem de dizer que
estava a fim e a reinício de ti
Coragem de arriscar te perder, te ganhar, antes de sequer ter me achado, me vencido
Minhas vergonhas e segredos inconfessos quase se ajoelharam
diante da esperança fervente
Mas, o amanhã, que não precisa de súditos, perdoou os
devedores que estavam escondidos em mim
Só não teve absolvição plenária o medo de não ser mais
achado por ti
E o mais incrível é que não desististe de emprestar tua nudez
e teus pontos fracos a este pecador
Que escreve com a mão que, em vão, tenta substituir pela
escrita o desejo aprisionado de te tocar
Com tua ajuda, meus eus que se auto-punem
Repetidamente, ao longo de uma linha do tempo minada por infinitivos,
Tem experimentado a conversão ao anti-terror
E uma bandeira franco-brasileira trêmula ao som de nosso insondável abraço
A Faixa de Gaza torna-se sala de baile, onde valsam nossos beijos,
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