Jardim Botânico de Recife Foto: Cláudio Eufrausino |
Viagem de Circunavegação pelo Jardim Botânico
Tortura agridoce esse Gostar que me visitou
Enquanto o Jardim Botânico estava descansando em mim
Me digam se não é fácil se apaixonar por alguém que se
encontra
Numa trilha interditada a visitação!
A ternura não rima com loucura à toa
Ser terno é ser louco nos dias de sempre, traje ultrajante
para o baile dos terráqueos
Ninguém é terno porque quer
O alfaiate do universo, que costuma nos pregar peças, é que
nos escolhe para remendar
os desertos da existência.
Fique na sua, disse-me uma abelha africana intrusa na Mata
Atlântica do Jardim Botânico de Recife
E comecei a entender que a paixão pode ser um erro
Pois, na hora de fugir, teus amigos, teus amores, teus
compatriotas
Temendo tua paixão e tua ternura
Lançarão sobre ti um bloqueio mais continental que o
napoleônico
Te deixarão em Portugal
Como ele era lindo
Seu sobrenome era De França
Os dois sóis, o do Jardim Botânico e o da Cidade Luz, quase
entraram em curto quando ele passou diante do meu olhar
E o jardim refez todas as suas trilhas
E mandou um zap para o oceano,
Recomendando que ele refizesse, em solidariedade,
Todos os seus horizontes
Devo dizer que aquele Fernando de França, inspirado talvez
pelo de Magalhães, circunavegou meu eu desprotegido
Ternura à vista, sussurrou ele com seus dois remos
esquerdos!
E faltou pouco para este eu acreditar que desta vez seria colonizado
Mas, a minha poesia inútil
Só tem forças para me apaixonar
E como uma cientista cruel,
Depois prova por A +ou- B
Que sou um tolo, porque quis ir para o Brasil
Com meu amor, mas
Ele não me quis apaixonado
Tinha medo que o navio afundasse
Nisso, Maria, a Louca, levou vantagem,
Porque todos queriam que ela embarcasse
Mas, ela e sua paixão resolveram ficar em Lis não tão boa...
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