10 de abril de 2014

O sentir com asas de cansaço e coragem em chamas




Minha alma fica cansada quando tenho de dizer o que sinto
Não um sentir qualquer
Um sentir que está de pé
Disposto a ter a cara espanada pelo deserto
E calejada pelo risco
Mas, quão estranho é que o cansaço é feito fogo
Que me faz galopar em mim mesmo
Trazendo em minhas botas as estrelas como esporas
A esperança como colírio
A rosa de tempestade como co-lírio
Que me abrace logo essa nebulosa
Com cheiro molhado de galáxia
E quanto mais cansado
Mais a verdade do que sinto
Desmente meus braços em asas
E minhas pernas em corredeira
Sem vergonha
Sem medo, pero con toda la inseguridad do pólen sequestrado pelo beija-flor
Mas quero deixar a insegurança implodir no abraço que de um se faz mil e uma noites
Porque sinto que mereço
Sem que nenhuma propaganda me diga
Porque mereço que sinta
Mereço vagar na tempestade, sentir o deserto na cara
Mereço navegar nas águas do risco
Nadar nelas vestido com minhas asas de lança-chamas
Com o destemor da anti-guerra















À amiga Iara

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