By Lynne Yoshii |
Mulher, te obrigo deixar-me conhecer-te
Porque só assim o veneno será seu próprio antídoto
Decreto que não sairás mais de casa
Pois sendo tu coração do espaço sagrado,
As paredes, os muros, cairão um após o outro
E não haveria mais necessidade de cômodos:
Teu abraço seria a única alcova necessária
E nele, perco-me para achar a luz e deixar para trás
Os túmulos, os fantasmas e as gaiolas
Tu és incômoda, Mulher: és a cócega nos calcanhares do mundo
O sopro na nuca da existência
A lambida na orelha da mente
A mina espiritual que fará explodir o vil propósito das bombas
Ordeno, Mulher, que tu continues viva
Para que meu caos continue convidativo ao voo rasante do Espírito Santo,
da sabedoria sincera, do dilema pulmonar: respirar ou suspirar por ti?
De agora em diante, só irás lavar e passar bem
As roupas nas quais o amor se derramar:
As roupas de nudez que Eva guardou para usar
Quando as tiranias se revirassem do avesso
E cozinhar-me em banho e Mar, Ias?
Faça, te ordeno, Mulher,
De conta que posso te implorar sem medo
Para buscar em teu cume
O dolo do colo, o olor do solo, o sol que deserda o dó, as penas
E me reimpossa da liberdade, com a impropriedade
Que os possuídos pela brisa suave ceifam na lágrima banhada
Pelo sorriso do Arlequim
Faze-te, em mim, conforme a nua palavra.
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