Os diferentes grupos são alegoricamente representados por
animais. Os judeus são os ratos, os alemães, gatos, os franceses, sapos, os
poloneses, porcos, os americanos, cachorros, os suecos, renas, os ciganos,
traças, os ingleses, peixes. Por meio desta estratégia Spiegelman não poupa
nenhum dos envolvidos na guerra de sua verve crítica, evitando a tendência
comum de, ao abordar a guerra, demonizar um grupo enquanto se deifica o outro.
Em Os
Azuis, Maurício de Souza, na época com 35 anos e com um traço
bizantino, onde os personagens possuíam formas rústicas e angulosas, abordou o
preconceito contra a cor da pele de maneira criativa e desconcertante: isto no
período de radicalização do Apartheid. A história se baseia nos estudos sobre
universos paralelos, teoria em franca expansão naquele período.
Na trama, Mônica, sem se dar conta, é levada a um universo
paralelo em que todos são azuis. Ela é, então, vitimada pela discriminação por
ser branca, sendo inclusive perseguida. A ironia máxima é que até o cachorrinho
Bidu, que também é azul no universo paralelo, sente ojeriza pela Mônica branca.
A seguir, a versão, em desenho animado, de Os Azuis. Nesta releitura, o final é modificado. Torna-se meio hollywoodiano, mudando, por exemplo, o modo como Bidu trata Mônica:
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