Fonte: site Artesanata.com |
Nossa Senhora, sempre que escrevo é como se fizesse das
palavras
Um mapa do fim do mundo
Do xis que indica onde, a céus abertos,
A Terra desesconde a concórdia
A poesia é um jeito de deixar os outros
Ternamente constrangidos
Ou de fazer o Eu te amo e seus afluentes
Desaguarem para mares que, de tanto não existirem,
Merecem ser inventados
Quero te dizer, Nossa Senhora,
Da vontade de acrescentar ao rol dos teus Nomes
O nome dos que me são queridos
E estes nomes serão apelidos carinhosos
Que te dedico
Pois só teu Coração
Permite que esqueçamos de te amar
Para que, nas bases desta deslembrança,
Ergamos uma forma de amar o Nobre Alguém
Tu sobreviveste às sete espadas de dor
Que as profecias lançaram em teu peito
Por não teres medo de que o amor seja verdade.
Por isso, Cristo te deu o dom
De seres porta de entrada para o milagre
De seres a fonte de onde o vinho novo brota,
Desafiando o odre vazio das angústias e desesperos
Por isso, mundos inteiros
Te conhecem e conhecerão pelos Nomes
E pelos apelidos
E não será estranho que o próprio silêncio
Fale em honra a Ti
Nossa Senhora do Afã
Contigo, eu posso a Utopia abraçar
Tu és o penhor do enigma
A brisa em seu despertar
A pressa que escolta a calma e a paz
Amparo em meio ao absurdo
A voz do silêncio a escutar
O sonho que torna o real de existir capaz
Maria, em ti há refúgio pro’amanhã
E os tiros se cansam de um alvo procurar
Se falas, a guerra emudece
Teu canto faz o sol singrar
Teu choro ajoelha as estrelas e o mar
As ondas que quebram em espinhos
Teus passos irão consertar
E das quase-mortes renasço
Para amar
Nossa Senhora do Afã (audio)
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