Infinite dreams - by Mehmet Ozgur |
Insenso
Um texto de Linav Koriander (1953)
Cheguei atrasado ao encontro que havia marcado para te encontrar por acaso
Desde então, amargo a noite, procurando nos fantasmas que abraço
A queda que teu corpo me sugere
Acendi um cigarro que nem chegou a sair da carteira
Para tentar que chegasse ao Alto uma oração incendiada
Respirei fundo e via o insensato incenso caindo incessantemente
A fumaça ignorou por completo a gravidade
E tragou despudoradamente o toque dos fantasmas, da noite amarga
Amada até os dentes
Noite descarrilada que não consegue tirar de seu encalço a memória das dormentes
E, se a demência me desmente,
Teima minha fria razão em esperar na esquina por teu gesto ardente
Fiz um sinal para que teu cansaço tivesse coragem de partir
Se
E teus acordares deitassem no adeus à dor
E que o leito desta despedida me atendesse e coincidisse durante um minuto de para sempre
Com meus braços abertos ao teu reerguimento que é meu
Minha senha de acesso para a saída da estação-fantasma
Onde pudesse pegar um trem rumo à festa surpresa
Para comemorar a reabilitação da eternidade
Antes de ela ser tragada
Pelo vício do tempo em se dar de presente, de passado e de futuro
Em se dar a nós para mostrar que não nos pertence.
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