27 de agosto de 2024

O relógio programado para marcar Meia-Noite

 



Não vou ficar procurando motivos em mim

Pra você estar me tingindo de invisibilidade

Seu esforço discreto pra que eu me sinta inexistente ao seu lado

Está presente na  minha ausência estampada nas fotos com você

E sinto sua tentativa de se vingar de mim

Por eu ter escolhido você

Como se você, no papel de um "Comigo Ninguém Pode"  regasse com um conta-gotas a semente do "Você não consegue perceber que já devia ter ido embora? ".

Por maior que seja a chama,

É difícil ela arder sentindo que sobre o pescoço

Pesa um colar onde está escrito: Você faz parte, mas se lembre de não existir.


Como vou permanecer num baile onde sinto que quem amo 

Programou o relógio para marcar sempre Meia-Noite,

Me desconvidando a cada minuto num eloquente silêncio? 

Obs.: esta pergunta

Não é retórica e, por mais abóbora que se torne minha carruagem,

Por mais que eu esteja esfarrapado

O mesmo amor que sinto por você

Me mostra que tenho pés pra seguir em frente

Independentemente de você querer calçar em mim

O sapato de cristal




A raiva que senti hoje, por maior que tenha sido,

Perde inteiramente a calma

Ao pensar que eu possa ir dormir brigado com você

É que minha raiva ama você

Tanto quanto minha admiração, minha doçura e

Meus intraduzíveis inexoráveis


Que seus próximos voos

Sejam conduzidos pelas asas da Lua

E pelas fases dos anjos convictos do amor que sentem


Me perdoe por sentir vontade de você ligar pra mim por acaso

Me perdoe por você sentir vontade de ligar pra mim por destino

Quero seguir com você no baile da vida

Não preciso dos seus encantos, meu príncipe

Nem dos seus cantos, meu herói


Preciso de você no baile da vida, que independe das festas e das aparências

Você não precisa de convite nem de anúncio ou licença

Nem bater à porta é preciso pra quem faz parte de mim

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