30 de maio de 2021

Poema da contra(in)venção cibernética

 


Foto: Karla Vidal


Estar em paz com o você que me lê 

É ingrediente secreto da chuva que canta

Pra derrubar qualquer murmúrio

Que tente me cercar


Nenhum algoritmo

Ritual, protocolo

Contra(in)venção cibernética

Interfere no que sinto por ele

Porque se o elixir sanativo arder

Eu quero estar lá pra soprar

E se o algodão doce melar

Quero ser o lábio limpante


Já sonhei com universos paralelos

Nos quais poderíamos ser como nos contos e nos descontos-de-fada

Nos quais ele ficaria comigo de mãos dadas desde a hora do recreio

Até do espetáculo o apagar das luzes

E o ascender das auroras do Creio


Mas, a realidade perto-longe dele

É melhor  do que me arriscar a ir parar num universo paralelo

Onde ele não existisse

Além disso, inventar novos repertórios de amor com ele

É bem mais excitante


Eu aceito que ele me leia em um silêncio

Que só eu seja capaz de ouvir



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