Estar em paz com o você que me lê
É ingrediente secreto da chuva que canta
Pra derrubar qualquer murmúrio
Que tente me cercar
Nenhum algoritmo
Ritual, protocolo
Contra(in)venção cibernética
Interfere no que sinto por ele
Porque se o elixir sanativo arder
Eu quero estar lá pra soprar
E se o algodão doce melar
Quero ser o lábio limpante
Já sonhei com universos paralelos
Nos quais poderíamos ser como nos contos e nos descontos-de-fada
Nos quais ele ficaria comigo de mãos dadas desde a hora do recreio
Até do espetáculo o apagar das luzes
E o ascender das auroras do Creio
Mas, a realidade perto-longe dele
É melhor do que me arriscar a ir parar num universo paralelo
Onde ele não existisse
Além disso, inventar novos repertórios de amor com ele
É bem mais excitante
Eu aceito que ele me leia em um silêncio
Que só eu seja capaz de ouvir
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