6 de julho de 2014

Um poema para quem está aprendendo a amar: quando a lua escalou o céu



Lápis-Lazúli: rocha metamórfica de onde deriva a cor e a palavra azul


Lápis-lazúli

Por Sinatra Kowski

Alegria estranha e libertadora, que abre mão de prever o futuro
E assume o risco de se lançar como semente numa terra estrangeira de olhos da cor de mar doce
A semente, pelo menos de início, é verdadeiramente só, pois não tem certeza de onde está pisando
Mas, não desejo escapar do risco azul-celeste que deixa o Azul-da-Pérsia vermelho de vergonha
Me sinto seguro, mesmo sem ter certeza: sentimento estranho
E calmo e leve, mesmo quando estou inseguro: estranha saudade
E me sinto à vontade me sentindo estranho: estranha estranheza
Tudo parece fluir naturalmente, como uma ilha que, aos poucos, encontra seu lugar
Num oceano que torna doce este ano e todos os já idos
Até minha idiotia germina raios solares, daqueles que soam como carícia derrotando o inverno das dores
Toda estranheza supracitada se torna admirável, diante da alegria de te reencontrar vivo
E querido, inspirando justiça e idealismo (inclusive em mim)
Não sei quando vou embora (quando vais embora)
E que bom não saber e ter minha ignorância amparada por uma natureza orante
Que se junta a mim para te admirar e te desejar um Bom Dia, antes do orvalho nascer

E uma Boa Noite antes de a Lua escalar o silêncio do Céu

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