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Aurora
Por Linav Koriander
Dias há em que temos vontade
De importar nunca mais do não sei onde
Para remediar a rosa-dos-ventos e seus efeitos colaterais:
fé, esperança, ilusão, ingenuidade e idiotice intru(clu)sas
Mas talvez nem o nunca mais faça efeito
Para esta minh’alma que insiste
Em disfarçar de leveza todo fardo
Atraente sou para tantos os olhares
Mas por que o que em mim atrai parece um campo de força?
Levado sou a crer e brota em mim
A potência de algumas inúmeras quedas d’água
Que não acham abraço para cair
E quedas que não têm onde cair escondem-se,
Desavergonhadas,
Na poesia
Como abrir mão das cicatrizes da tolice e da credulidade, se
Preciso manter aberta a ferida do sonho?
Então, se há tantas coisas que não posso assumir
Que assuma o irremediável sonhar e a
Implacável resistência ao nunca mais
Mas, deixe-me colocar este poema para dormir
Para que amanhã ele sirva de despertador para a aurora
E para os demais amantes do amanhecer
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