28 de novembro de 2012

Jose Luis Paredis e a escrita vaga das ondas




Puente Libertador (Venezuela) - Kevin Vásquez

Puente Libertador
Um poema de Jose Luis Paredis


Teu mar quando me lê, o dentro de mim começa a se reescrever
Suas vagas conclusões me têm nas mãos e contramãos
E seu olhar, que brota da arrebentação
Do derrame da palavra,
Esse fruto que pede passagem para vir ao mundo antes da flor

Mar que desmente os poros rochosos do pensamento
Que faz dos lemes acanhados calcanhares
Flechados pela esperança do reencontro

No peito desse mar, bate a tua decisão

E quando a decisão é firme
Não há acaso que não se converta em destino

Um raio de luz
Foi plantado
Nas águas

Do meu
Texto,
Descosturado
Em todas
As pétalas
De sua
Rosa
De ventos

Eras tu a ler-me nos poemas de amor que escrevi para teu anjo da guarda, com quem
Converso
Para te fazer companhia
Quando decides visitar as palavras minhas: leitos de um naufrágio que sufraga
O tesouro da escolha do Alguém, do Nobre, que me inebria com sua lucidez
Que cada vez conheço mais
Porque tenho
A Alegria De
descobrir o quanto não te conheço

E confirmar, nas linhas da mão da tempestade
Que
Em ti
Confio

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