13 de dezembro de 2011

Ilustres poetas desconhecidos I: Uma roupa para o coração

Rua Paris, em Santiago @ Chile - Foto by Marcelo Costa
Clistarco Sepúlveda foi um poeta do século XII, nascido em Túnis, no norte da África. Há dúvidas sobre como as poucas poesias que escreveu chegaram aos dias de hoje. Certamente, não se pode exigir originalidade da leitura deste poeta, visto que só temos acesso a traduções de seus poemas feitas para o galego . Quem quiser ler o texto original, terá de ser paciente e vasculhar na Internet como eu fiz :)

Independentemente da intervenção dos tradutores, continua pulsante a originalidade nos silêncios da poesia de Clistarco. A seguir, uma delas:



Uma roupa para o coração

Vesti no meu coração uma roupa pelo avesso
E na etiqueta dessa roupa estava escrito: sonho
O primeiro homem soprou a palavra-chave
Nas brechas do descompasso do meu bater cardíaco
E a vida abriu-me as portas do intraduzível

Onde minha alma pulsa
Está por uma atriz
A deixa para que meu toque alcance
O abraço que tu'alma reserva
Para minha esperança cansada
Na equação da desmedida,
Esperança cansada = ternura

E me atrevo a reviver dores
Para que as tuas se enxerguem mudas, invisíveis

Tua dor não está só
Empresto a ela a companhia da minha

Quando quiseres me visitar,
Ou bater a minha porta
Só pra dizer Vou Revoar
Espero-te com o peito aberto
À tua decisão
Às tuas intranquilidades
Às tuas indiferenças
Às tuas iras, o teu Irei
Desde que seja eu palco
De tuas idas e vindas
De algum de teus sonhos todos
Ou dos avessos que vestem teu coração.

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