Rua Paris, em Santiago @ Chile - Foto by Marcelo Costa |
Independentemente da intervenção dos tradutores, continua pulsante a originalidade nos silêncios da poesia de Clistarco. A seguir, uma delas:
Uma roupa para o coração
Vesti no meu coração uma roupa pelo avesso
E na etiqueta dessa roupa estava escrito: sonho
O primeiro homem soprou a palavra-chave
Nas brechas do descompasso do meu bater cardíaco
E a vida abriu-me as portas do intraduzível
Onde minha alma pulsa
Está por uma atriz
A deixa para que meu toque alcance
O abraço que tu'alma reserva
Para minha esperança cansada
Na equação da desmedida,
Esperança cansada = ternura
E me atrevo a reviver dores
Para que as tuas se enxerguem mudas, invisíveis
Tua dor não está só
Empresto a ela a companhia da minha
Quando quiseres me visitar,
Ou bater a minha porta
Só pra dizer Vou Revoar
Espero-te com o peito aberto
À tua decisão
Às tuas intranquilidades
Às tuas indiferenças
Às tuas iras, o teu Irei
Desde que seja eu palco
De tuas idas e vindas
De algum de teus sonhos todos
Ou dos avessos que vestem teu coração.
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