Papel de parede Abraço |
Muitos demonizam as redes sociais. "Coisa de preguiçoso, de depressivo, de quem não tem vida social, de fofoqueiro, de quem não cuida da própria vida...".
Mas, sempre vivemos na ponte aérea entre a vida concreta e a vida virtual. Na Idade da Pedra, virtual era o diálogo com a memória dos antepassados (será que não há algo em comum entre os tótens e a ferramenta "linha do tempo" do Facebook?).
O Cartesianismo inaugura a virtualidade do eu cogitante, isto é, da mente.
A Internet personifica o virtual em redes complexas.
Paranoias, obsessões, mentira, ilusão. Tudo isto sempre existiu tanto on line quanto em versão carne e osso. Nem a carne nem os ossos são garantia da verdade. E não há mentira maior do que a ideia de que a verdade se resume ao que tem massa e ocupa lugar no espaço. Não há mentira maior do que negar aos silêncios imateriais o lugar que eles, de fato, ocupam (ou esculpem) na estruturação da realidade.
A verdade é como um abraço! Mas no abraço verdadeiro não há somente carne e ossos. Há a virtualidade de todos os abraços que nos marcaram, de todos que desejaremos dar e de todos os que gostaríamos de ter dado. Um abraço verdadeiro contém incontáveis abraços: concretos e virtuais. Por isso, de certa maneira, duas pessoas que se abraçam abraçam humanidades inteiras.
Os átomos comprovam minha teoria. Troco qualquer definição já dada de átomo pela seguinte: átomos são abraços concretos que, virtualmente, contém outros abraços. Por este motivo, existem as ligações covalentes!
Esta postagem é, na verdade e na mentira, uma deixa para divulgar um vídeo feito pela empresa Excentric para simular como teria sido o nascimento de Cristo se, na época, a Internet e as redes sociais já fossem uma realidade.
O virtual pode isolar (e o material não?), mas também pode ser um convite a retornarmos a um mundo concreto menos amesquinhado, trazendo para ele o começo de abraços que a virtualidade nos ajuda a ensaiar. E, como sabem os atores, o ensaio é uma realidade vital, é cimento nas brechas do espetáculo finalizado.
A seguir, a história do natal digital. Aproveito para agradecer à professora Ângela Dionísio, por meio da qual soube da existência deste vídeo :)
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