Fonte da imagem: blog do Fernando Nogueira |
Macroeconomia (do grego: μακρύ-ς /ma΄kri-s/ grande, amplo, largo e οικονομία /ikono΄mia/ lei ou administração do lar) é uma das ramificações da ciência econômica, dedicada ao estudo, medida e observação de uma economia regional ou nacional como um todo.
Indagado por alguém recentemente, sobre o que era macroeconomia, respondi conforme a definição acima. Na verdade, não foi bem uma indagação que partiu deste alguém, mas sim uma leve indignação, uma suspeita quase: "De que wikipedia ou bula de remédio ou orelha de livro terá vindo este conhecimento?".
Quando dei a resposta ou tentei dar, fui interrompido: interdit de donner ma reponse. Em seguida à interdição, uma resposta formulada por meu "oponente": "A macroeconomia está ligada a outras variáveis que não a demanda, a oferta, etc.".
Estávamos ambos certos - o alguém e eu. E eu não tive forças para lutar por minha certeza. Foi como se estivesse numa cruz e um martelo socrático quebrasse meus joelhos. Não tive forças para brigar por minha certeza porque estava-estou apaixonado por Alguém.
Enfim, entendi a filosofia de Sócrates. Ele não buscava fazer dos outros portais para alcançar certezas plenamente despidas de dúvida. Sócrates (ao menos o Sócrates que Platão não platonizou) queria que olhássemos nossas certezas como quem está apaixonado, pois a certeza, sem a ferida da paixão-dúvida, é menos equilíbrio e mais anestesia. É melhor estarmos em dívida-paixão com a certeza do que nos deitarmos com ela na pedra gelada do necrotério-avareza.
Estamos entrando numa era perigosa, mas libertadora. Agora, há bijuterias que, pelo conceito que encarnam, tornam-se mais preciosas que o ouro. Programas de computador permitem que potenciais criativos, antes inibidos pelo monopólio da técnica e do saber especializado - aflorem radiantes.
O mundo, com isso, pergunta-se como vai ser possível vivermos num mundo em que todos podem expressar igualmente seu potencial criativo e onde o ouro vale menos que a bijuteria. Como sobreviverá a ideia de valor, diante da igualdade desconcertante que nos assalta?
O maior desafio/graça a ser enfrentado/alcançada pelo Capitalismo não é a ameaça da igualdade de iguais, mas sim a efetivação da igualdade de diversidades.
Antes, a estratégia para se desmerecer um pensamento era desmascarar-lhe os limites, revelando o que vulgarmente é chamada de burrice. Hoje, busca-se mascarar a inteligência própria e a dos outros, a fim de se gerar o efeito-burrice, num gesto desesperado de enfrentar algo que nosso aparelho psíquico ainda não é capaz: um mundo em que todos são, de fato, e estão, de direito, tornando-se igualmente inteligentes.
A estratégia de Alguém (ou que moi, Je lui donne suscité pour ma espoir/trompe-l\'œil) continua surtindo efeito. É o efeito da pergunta-encantamento de amor: "O que é macroeconomia?". Termino esta postagem ainda apaixonado, sem resposta e, portanto, meio burro. Porém, com certeza, longe do necrotério-avareza!
A charge que abre esta postagem vem do blog de Fernando Nogueira Costa e ilustra um texto sobre as variáveis "não-racionais" que influenciam a economia, mais especificamente a paixão e o amor.
A música abaixo vai para alguém e Alguém.
A música abaixo vai para alguém e Alguém.
Overjoyed - by Steve Wonder
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