9 de março de 2021

A foto onde não se mora, teoria da fração transparente ou quando não se consegue ser feito de borracha

 


                                                                        But First...

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Copyright BrunoSousa ©



Mesmo depois de um dia incrível

Um dia em que a luta te ensina como caminhar

Às vezes, a gente entende que não é de borracha

Que o vazio que entra, de repente, no coração, preenche


E aí, a gente sente vontade de partir

Como um inteiro 

Que, por falta de decifração, torna-se fração imprópria

E transparente: periodicamente dizimada


Um elogio a uma foto onde meu eu não mora, 

Onde mora uma inquilina, irmã, amiga*

Infelizmente causa no meu não consseguir ser de borracha

Um ciúme que não conseguiu evitar a tentação

De pendurar no seu eu mais bonito

Uma placa de "Será que o você que me lê me vê?"

Ou outra placa de "Será que mesmo sem elogio, a foto onde moro

É capaz de tocar a semente do abraço-beijo

Plantada nas retinas do você que me lê?"


Quando noto que não sou de borracha,

Espero indícios do desejo do você que me lê

Sou capaz de suportar as intempéries da distância,

Do segredo, da discrição, do tempo contado

Mas, o meu ser capaz, que não é de borracha, também precisa ser adubado

Com pistas dadas por você


De que a foto onde moro não precisa ser elogiada

Porque o você que me lê prefere

Elogiar a companhia do meu eu

Desalojado das fotos

Do meu eu que ele acha bonito

Com a intimidade da conexão telepática

Da qual o"Like" não consegue encontrar o rastro


* Fotos são casas nas quais conseguimos ser somente inquilinos

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