2 de novembro de 2016

Campos, Zílber, luzes e a assombrosa fotogenia dos gatos


Foto: Karla Campos



Tem dias em que nos sentimos despolitizados,
Desjornalizados, desfilosofados, deswoodyallenizados
Dedetizados...
Mas, a capacidade de se amizadezar ameniza o peso do prefixo “des”

Ando também sem muita habilidade para me colocar à altura do horizonte
De expectativas dos outros
Mesmo assim, quero plantar um pouco de sol-da-meia-noite nessas palavras
E celebrar uma história de amor

O destino não ficou esperando plantado à porta da coincidência
Foi convidado a cair de paraquedas na falta de chão, chá e oxigênio
O mistério de Campos encontrou abrigo no paradoxo de Zílber
E, diante daquele cenário de pétalas eletrostáticas,
Muitos verdadeiros amores acenaram para os convidados da festa do Chegarei em breve

O sexo descapitalizou o medo e esvaziou a conta da opinião alheia
Emprestando dádiva e calor a tudo que não tem preço
Diante do lume náufrago na alegria dos olhares delas,
O Brasil não tinha o que temer
O mundo estava livre da armadilha de Trump
A reciprocidade sentou-se entre mim e quem amo na sala de cinema

O dia de hoje provou por C + Z que o milagre não precisa nadar no azul dos olhos
De um super-herói
O milagre pode aprender a brilhar no rastro dos percalços
Assim como o fantástico grita em alto e bom som
Nos sulcos de um LP onde presente, passado e futuro se misturam
Sem dar satisfação às boas intenções de enrustido, tirano ou hipócrita nenhum

Vida longa à história de amor de duas lindas mulheres

Donas de gatos alforriados que fazem a câmera sorrir com sua assombrosa fotogenia.

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