A poesia é a necessidade de dizer o que o calar não consegue dizer
E calar o que o dizer não consegue calar
Demorei pra escrever de novo
Porque não quis correr o risco de magoar ou constranger o você que me lê,
Mas, acredito que o que escrevo é sincero o suficiente para
Aprimorar seus reflexos e sua defesa
É uma forma de morar com ele, à distância
Postei, recentemente, a foto de um amigo numa rede social
Mas, enquanto o celular fotografava esse amigo
Meu olhar atravessava o tempo-espaço pra admirar o você que me lê
E só conseguia lembrar de quando o fotografei
Ele de pé na Catedral, fazendo eu ter fantasias em solo consagrado
O rosto lindo que nenhuma máscara consegue ocultar
Mesmo confiando nele, ainda não consegui vencer o receio
De que, quando o mundo voltar a ser normal,
Ele se leve embora
Tenho receio de que ele se encante com a França e suas torres
E não haja lugar pra mim
Mas, acredito que o lugar nele em que eu melhor caibo
É o entrelugar: o silêncio da música, as entrelinhas do texto,
As frestas por onde a luz e a sombra se abraçam
É melhor agir como um homem de peito
E, sem receio, continuar dançando a primeira luta com ele
Com ele, aprendo a ser mais lindo, sem precisar ser escravo
Tudo vai dar certo, meu anjo
O você que me lê, da minha vida,
Vai seguir límpido
Deixando a luz que ele emana em dúvida de onde brilha mais:
Se dentro ou fora dele
Esse foi o texto de hoje
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