Foto: Cláudio Eufrausino. |
Parece mais fácil perdoar a virtude de um demônio
Do que o pecado de um anjo
Serei eu tolo o bastante pra honrar as rosas que desabrocham
de um dos canos de minha espingarda 11 (meu eu traidor preferiu se enforcar a ser fuzilado)?
O outro cano da arma engoliu o choro
Na hora exata, os dois corredores queimaram, ao mesmo tempo, a largada, ao som do tiro
Que me devolveu um estampido vestido de calada da noite
A raiz de uma asa delta plantou-se em mim com suas sapatilhas feridas
E o macho alfa que ainda restava em ti teve medo de me reencontrar
Afinal, se você tivesse me visto, correria o risco de querer me abraçar
Até o despertador se arrepender de seus planos
Confesso que não sou gay o bastante
Nem macho o suficiente
E quero lançar meu sutiã no zero absoluto
Pois meu seios fartos
Não aguentam mais ser malhados todo dia
Prefiro o ósculo aos músculos
Não quero que seja tarde demais pra me convidares a me revelar
À luz de jantares
Conseguirei ser bom o suficiente, mau o bastante e bobo na medida certa:
Como tu (des)esperas?
Não há lugar pra maldições
No meu coração apertadinho
Onde cada página virada é um horizonte que pare um sol indeciso entre nascer ou se opor
Quero te perdoar até ser capaz de te ex-aquecer
Mas não quero ter de gastar energia esculpindo nuncas mais
Ou arrumando nós para Nossa Senhora desatar:
Tudo isso em venérea ação ao Tô nem Aii que me dedicas
Obrigado por tal vez nunca ter sido obrigado a usar as camisas que te dei de presente,
As luzes que te darei de passado
E as nudezes que te dou de futuro
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