Foto: Clécio Vidal |
Ouço em todas as frequências radiofônicas que não se deve
Ter medo de falar o que se sente porque o não é garantido,
E o sim uma possibilidade que não deve ser desacatada.
Quero saber onde
Está atracado o sim que teu corpo sem porto e sem fronteiras
Silencia.
O Não é tão incisivo: zune como uma espada cortando um ponto final
Ou como um sopro derrubando uma muralha de ar, que perdeu o fòlego
Não consigo compreender o adágio “Silêncio também é resposta”.
O silêncio transforma o verbo responder em respondoer
Mas, o direito de silenciar é sagrado: talvez seja a mais refinada manifestação
Da liberdade de expressão.
Existem, contudo e com nada, dois tipos de silêncio:
O silêncio de quem se rende ao sublime: margem onde só resta ao mar da palavra recuar
O silêncio que tenta ser metáfora da inexistência, da invisibilidade, da indiferença: rio de Eu-te-amos que corre de trás pra frente, jogando em cima
Do tempo a responsabilidade de transformar a nascente em morrente.
Me sinto capaz de dividir a cama com teus atraentes talvezes
Pero, queria ter coragem de ter medo dos meus sins e nãos,
Mas, não tenho
Tenho, na verdade, medo de não falar
E perder a hora de embarque no teu sim
Ou de falar/saltar e descobrir que teu não é meu paraquedas
E que não terei chance de cair no teu abraço.
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