18 de setembro de 2022

Sem título 1


 


Me pergunto se ainda quero usar o verbo amar,

Mas, me falta ar quando tento dar este infinitivo de presente


Quando estou a seu lado, às vezes,

É como se caísse no abraço de um fantasma de concreto armado

Uma queda vertiginosa onde meu coração voa


Obrigado por irrigar meu coração com deserto a ponto cru

Não tem sido fácil pra poesia virar meu silêncio do avesso

Mas, a poesia dos gestos sutis tem dado saltos revolutivos


Ás vezes ainda sinto que a gravidade das declarações que fiz foi tão alta

Que me faz cair pra cima e pra baixo mesmo depois de eu ter parado de saltar


Mas, fico feliz por ter desenvolvido mais da alegria neutra

Que é exigida das homens e dos mulheres


Viajei pra um lugar onde ainda não estive pra poder deitar no seu abraço

E depois que a vela foi soprada por um vento represado

Você me ofereceu a enésima fatia do seu barco





 


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