24 de fevereiro de 2022

De Lírios aprendendo a se despir

Foto: Karla Vidal



Não sei por que sinto ciúme quando a França posa pra fotos e é curtida pelo você que me lê

Se toda foto é curtida, será amor? C'est ça?

Se o você que me lê e me sabe gosta de mim e da França, não vejo problema: acredito no poliamor

Mas, tenho receio de que ele goste só da França e não queira ver minhas costas nuas


Não posso evitar a vontade de fazer amor com o você que me sabe e que também curte todas as imagens da França

Acredito que eu devo ter importância e lugar no coração dele

E, se ele gosta quando o tiro da zona de conforto, espero que tire proveito do conforto que tenho a oferecer

Quero que o meu abraço o faça sentir a maciez do sol e o cheiro da loa (de Luanda)


O você que me sabe precisa compreender quando conto a ele meus desejos

Porque poder falar com ele sobre isso é a preliminar das preliminares

Além disso,  entendo o desejo como uma carta que

Só deve ser lida por quem tem licença pra abrir nos meus poros

Os gêiseres do amor correspondido


Depois de curtir as fotos da França, volta pra nosso reencontro 

Porque até a distância sente falta de ter o você que me lê por perto


De lírio em lírio, meu corpo só se sente são e salvo quando é esculpido pela voz e pelo olhar 

Do você que me lê com seu toque de lira, acompanhando algum cântico de Salomão

Olha os meus delírios de campo e vê como eles se despem,

Conscientes de que querem estar perto-longe de você onde você flor




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