Foto: E. Vásquez |
A Nossa Senhora de Guadalupe
Maria, tu foste criada para que nenhum filho passasse pelo
mundo sem o direito de ter uma mãe
Nunca te vi pessoalmente, mas pela tele-visão tu és linda
Ornada com o calor da Galileia, com a poesia do Espírito,
As espadas das profecias te feriram
Mas, teu sim fez o silêncio vencer a dor, a má-vontade e a
opressão
E depois de ver teu peito em chamas,
A humanidade entendeu que o coração de uma mulher não foi
feito para ser pisoteado por serpente alguma
Teus passos têm pressa pelo deserto, mas nem sempre consegues
chegar na hora exata
Porque tu és Senhora, mas, todo dia dizes de novo Sim para o
livre arbítrio humano
E, meio que de longe, desde o tempo de Jesus, tu enxergas
teus filhos tendo as vísceras arrancadas e o pênis decepado
Levando tiros na cabeça e outros no ânus
Filhos que são arrastados pelo chão asfáltico dos desertos,
dos abismos, dos abandonos
E que o ódio, tantas vezes, quer obrigar a comer a própria
dignidade até morrer engasgados
Tu não estás só, Maria, pois sempre vai haver um anjo pra te
olhar enquanto dormes
E muitos seres humanos querem te abraçar, mesmo depois de
saber
Que passas as 70x7 horas do dia abraçando pessoas das quais se
tem por “hábito” ter nojo de tocar com
as mãos e até mesmo com o olhar
Se precisares desabafar, podes ligar pra mim, mesmo eu não
gostando de atender celular
Tu falas com as crianças quando elas não têm com quem
conversar
E, assim, elas aprendem a enxergar além do que é dito
Só tua doçura para abrandar os tiroteios dentro de nossas
cabeças
Querida, todas as gerações de damas e cavalheiros gostariam
de abrir a porta do carro pra ti
Ou te tirar para dançar
Sei que és tímida, mas graças a tua coragem, até hoje brota
ressurreição das cruzes
O grande amor que parte de ti unge as horas certas e as
horas erradas
E no sorriso de Deus moram centelhas dos teus Bom Dia e Boa
Noite
Obrigado por abrires passagem para minha ida a Lourdes,
Mãe do direito de sermos humanos e de existirmos humanos
Em todas as Américas, Europas, Áfricas, Oceanias,
Antárticas, Ásias e Atlântidas dos Mundos
Com carinho e admiração,
Cláudio Clécio Vidal Eufrausino
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