29 de dezembro de 2024

Feliz Oceano Novo!

 

                                         Foto: Cláudio Clécio 



O tempo....

Que alguns chamam de Ano

Podia se chamar oceano 

Com letra minúscula mesmo 

Porque os nomes maís bonitos 

São impróprios e não carecem de registro 


O Oceano não é, propriamente, novo nem velho 

Ele tem o mesmo sal das lágrimas (da terra)

E acolhe (colhe) (recolhe) a luz das rochas, dos faróis, dos sinais, dos satélites, da Lua, que brilha sem precisar competir com as estrelas e sem se envergonhar de absorver e redirecionar a luz do sol...


A Lua é a primeira praticante de Aikido 

E, em todas as suas fases,, treina, com as marés o cair no levantar


Plena ou minguante, a lua é a rua onde os sonhos moram (demoram) (comemoram) (oram)


A Lua é rua e seu  endereço é o sonhar que não é dela

O que falei até aqui não deve ter ajudado ninguém a chegar a lugar algum 



Paciência: a estação lunar não sabe ser ponto - nem de partida nem de chegada... É ciclo e reticências..


Peço que as esperanças sigam cantando nas soleiras das janelas dos Quartos crescentes e dos Quartos minguantes...


Obrigado, luar, por ser Quarto onde repousa o despertar 



Feliz Oceano Novo e Antigo 

Que tudo que seja mágoa mingue 

Feliz Lua (rua) Nova, Antiga 

Saudações a todos os tempos que se (rê)encontram no Oceano 


Não achei a droga dos colchetes no teclado virtual. Tive de abrir parênteses [poderia ter aberto chaves]


Bem, acho que isso é o que menos importa ✨

17 de dezembro de 2024

Poema de alguém que não é robô para alguém que não é um deus



Fonte da imagem: คอเกาหลี by Korseries 




Quando você disse que se eu decidisse partir, não poderia voltar,

Quase fui partido ao inteiro

Fiquei como uma semente que chega atrasada nas quatro estações

E, plantada na ausência de chão, vê o trem partir para lugar algum


Chegou, então, a segunda parte da sua declaração:

- Se você partir, não vai poder voltar, embora não seja o que eu quero: nem de longe nem de perto


Uma luz de fim de túnel embarcou na estação da consolação

Senti vontade de usar seu abraço como paraquedas,

De escalar seu corpo com o meu


Quando você disse que não queria que eu fosse embora sem me tirar o direito de ir, o ano de 2024 virou oceano pacífico

E desafogou uma chama serena capaz de transplantar céu entre você e mim: céu que não precisa abrir mão de seus acidentes de percurso


A paciência foi reescrita de uma forma ainda mais bonita quando percebi que, ao perdê-la, você não abriu mão de me reencontrar


Aquele aqui-e-agora rasgou tantas âncoras e desengasgou tantos farois

No outro dia, quando você me procurou pra saber se o descanso tinha me achado,

Eu tentei disfarçar, na neutralidade de um Bom Dia um Amo Você


Minhas noites esperam sua nudez me chamar, me acordar e 

Unir seu corpo ao meu, formando ideogramas que só o encontro entre respirações traduz

Espero que chegue o momento em que a língua que inventarmos brinque de ser brisa

E descubra em nós os pontos de encontro entre o prazer e a poesia.


Que alegria saber que você não quer que eu seja um robô

E que eu não quero que você seja um deus

E que não queremos entre nós o adeus


Eu gosto quando a saudade me faz lembrar que você está seguindo em frente

Escrevo porque sou teimoso, mas sei que não sou capaz de fazer as palavras

Expressarem o quanto torço pra que tudo de melhor aconteça a você


Espero que chegue logo o dia em que possamos assistir juntos A Culpa é das Estrelas

Nem que seja pra que você tenha a desculpa de cair no sono junto de mim,

Deixando-me treinar, no mapa dos seus corpos - o físico e o astral -, como ler, em braile, o sentido presente [passado-futuro] nas entrelinhas

Ok?



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