12 de abril de 2022

Ao dono das minhas luas e sentidos

 

                                                               Foto: Karla Vidal



Ele é dono dos meus cinco sentidos

Locatário do sexto

Louco atalho para o sétimo


As curvas do meu corpo podem ser bonitas,

Mas se sentem lindas ao pensar que ele as pode tocar


Tem tanta gente sonhando em dançar balé ou fazer guerra na lua

Eu quero entregar a ele a intensidade de minha presença nua

E entrar debaixo do cobertor pra me tornar uma pérola enroscada

No seu corpo com cheiro de dia de bons combates


O ciúme que sinto quando ele curte a França

Não chega nem ao rastro

Do desejo de que seja possível dizer esse poema a ele por telefone

Ou ter esse poema calado pelo entrelaçamento de nossos corpos: os terrestres e os celestes


O sono bateu à porta desta poesia

E ela vai precisar dormir

Como será o sonho dentro da cabeça-de-coração de uma poesia?

Não importa em que cabeça ou coração esteja o sonho

Ele faz sentido a partir do momento em que você chega

Com seu buquê de rosa-dos-ventos

Porque é lindo o cheiro de quem luta com minhas luas e sóis

Pra ter o direito de, no apagar das luzes, desenhar meu corpo

Com seus abraços

Redesenhá-lo com seus beijos

Penetrá-lo com seu Falo 

Compenetrá-lo com seu Escuto (escudo)

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