O que acontece, a mais ou a menos, tem a medida certa
Quando estou com o você que me lê
O contorno do cabo das tormentas do meu coração
Se enche de esperança e convicção
Quando ele chega
Só de ele estar perto-longe
Os pontos erógenos do meu corpo
Ganham o poder do sinal de reticências
E os do espírito...
Sei que ele já sabe
Ou está bem perto de (re)descobrir
Como meu olhar se derrete por ele
Sem que ninguém mais perceba
E como meu corpo se desmancha
No seu abraço premonitório
Se perdermos a vergonha um com ou outro,
Depois, seguiremos leves
Porque ele conquista de mim um gostar
Cuja nascente é a crescente lua do gostar de mim mesmo
Nietzsche ficaria confuso e excitado,
Tentando entender como os aquis-e-lás-e-agoras
Que vivo com o você que me lê
São reais e íntegros e despressurizados
Mas, de vez em quando,
Gosto de imaginar
Que num passado paralelo
Ele foi meu melhor amigo desde sempre e para sempre
E lutou o primeiro beijo comigo
E dançamos juntos a primeira luta
De qualquer modo, esse passado
Não é melhor do que ele existindo na minha vida
De uma forma melhor do que eu jamais teria pensado
Sinto que, caminhando com ele,
Teremos sempre tempo pra um bom combate
Antes do que tiver de ser
E depois de haja o que houver
Posso subir no topo do monte "Não Fugir"
Porque já consigo sentir a mão dele me segurando
Mesmo sem a colaboração do tato e do espaço
O que a nudez dele insinua por baixo do calção
Deixa minha mudez de boca aberta e descalça
Eu deixo e ele pode chegar em mim
E decifrar minha pista aérea
E voar comigo e com o meu chão nos seus braços
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